A Associação de Bombeiros do Estado do RS - ABERGS, representante dos Oficiais e Praças do Corpo de Bombeiros Militar, expressa profunda discordância com os índices de reajuste salarial apresentados pelo governo a serem votados em caráter de urgência pela Assembleia Legislativa.

Embora tenha sido anunciado um reajuste de 12,49%, parcelado em 3 vezes de 4,163%, esta medida é insuficiente para refletir a real valorização que nossa corporação merece e necessita.

Vejamos alguns pontos negativos desta medida demonstrados na tabela em anexo:

 

  1. INSUFICIÊNCIA DO REAJUSTE FRENTE À INFLAÇÃO: Desde o último aumento concedido pelo governo Tarso Genro (parcelado em 8 vezes) a contar do ano de 2015 nos meses de maio e novembro de cada ano, a inflação acumulada atingiu 63,52 %. Mesmo descontando o reajuste salarial de 6% concedido em 2022, é evidente que o percentual de 12,49% proposto para os próximos anos não acompanha a perda do poder de compra acumulada ao longo de quase uma década. Isso significa que, na prática, o reajuste não proporciona ganho real, apenas diminui a perda inflacionária;

 

  1. DESIGUALDADE NO REAJUSTE POR POSTO E GRADUAÇÃO: a proposta de reajuste real após os descontos obrigatórios (Alíquota da Previdência, IRPF, IPE Saúde do titular) coloca os postos superiores ao do 2º Tenente (exceto o Tenente-Coronel) acima dos 11,5 % do IPCA previsto para 2024, 2025 e 2026 (Boletim Focus 15/07/2024) variando de 11,67 a 12,34%. No entanto, para as praças, o percentual real fica abaixo deste índice variando de 10,52 a 11,32%. Esta disparidade é injusta e desvaloriza significativamente os profissionais que compõem a base da nossa corporação, que são essenciais para o funcionamento eficaz do Corpo de Bombeiros Militar;

 

  1. IMPACTO NEGATIVO NO CARGO DE TENENTE-CORONEL: o reajuste real para o cargo de Tenente-Coronel é o mais negativo de todos. Haverá uma imediata mudança na faixa de desconto previdenciário, que passará de 16,5% para 19%. Essa medida, conforme a Instrução Normativa IPÊ Prev nº 01/2024, desconsidera a importância estratégica e operacional desses oficiais superiores, que desempenham papel crucial na liderança e gestão da corporação, sendo comandantes de batalhões que executam atividade fim da instituição;

 

O Corpo de Bombeiros Militar exerce uma função vital na proteção e salvamento de vidas, além de atuar na prevenção e combate a incêndios, resgates, defesa civil e outras emergências. Nossa dedicação e compromisso com a sociedade são inquestionáveis, e merecemos uma valorização salarial que reflita a importância e o risco de nossas atividades diárias.

Exigimos que o governo reavalie os índices de reajuste salarial propostos, levando em consideração a inflação real acumulada e a necessidade de um aumento que valorize verdadeiramente todos os membros da corporação, desde as praças até os oficiais superiores da ativa e da reserva. Somente assim poderemos garantir a manutenção da motivação, eficiência e eficácia de nossos serviços à população.

Devido à complexidade do tema e os seus danosos desdobramentos, solicitamos ao governo e apelamos aos deputados que retirem da pauta este projeto que deve ser votado em regime de normalidade evitando que a categoria seja prejudicada.

Reiteramos nosso apelo por uma política salarial justa e que reconheça a grande importância do Corpo de Bombeiros Militar na sociedade. Nossa dedicação e sacrifício merecem ser correspondidos com uma valorização adequada e digna.

 

Clique AQUI e veja a projeção dos reajustes propostos pelo governo. 

 

ABERGS

Unidos em um só corpo, Corpo de Bombeiros!