Gratidão. Esse é o sentimento que Aline do Prado, de 30 anos, tem pelo Corpo de Bombeiros. A dona de casa e mãe do menino Miguel Luiz, passou por apuros em outubro de 2017, quando seu filho, de um ano na época, parou de respirar e foi socorrido imediatamente pelo Corpo de Bombeiros. Dois anos após o ocorrido em Campo Grande, a família encontrou os responsáveis para homenageá-los.
Aline não estava com o filho no momento do desespero, mas relata o episódio com muitos detalhes. Neste dia, Miguel estava com sua tia, Jaquelene do Prado, enquanto a mãe procurava emprego. “Mais ou menos no horário do lanche da tarde eles estavam na casa da sogra dela e do nada, alimentando meu filho, ele parou de respirar. Ele foi tentar puxar o ar, mas o ar não vinha, não foi como um engasgo”, completa dizendo que até hoje ninguém sabe dizer ao certo como aconteceu.
Sem saber o que fazer e acreditando no engasgo, Jaquelene e seu marido Ernesto Katso, começaram a tentar socorrer o sobrinho batendo em suas costas, fazendo massagem cardíaca e sugando seu nariz. Sem obter respostas, decidiram ligar para o corpo de bombeiros. “Eles fizeram tudo o que podiam fazer em relação ao meu filho com as coisas que eles tinham, os aparatos que tinham dentro da ambulância. Só que se continuasse com a viatura do bombeiro, ele não estaria aqui comigo agora”, conta.
A habilidade e eficácia da Cabo Bertão, Sargento Muniz e Soldado Silva foi indispensável para que o menino fosse salvo a tempo. Com muita admiração, a mãe explica o cuidado e atenção que os bombeiros tiveram com seu filho. “Foi uma sacada acionar o SAMU. Eles o encontraram, não podiam fazer isso, mas fizeram porque sabiam que se parassem e ficassem esperando o SAMU onde eles estavam, meu filho iria falecer. Eles o encontraram, trocaram o meu filho do bombeiro para o SAMU e foram para o hospital Cassems”.
Miguel foi transferido para o Hospital Regional, já que na época a Cassems não tinha CTI pediátrico. Após um mês internado, sendo duas semanas e meia em coma e duas semanas de recuperação, Miguel que foi diagnosticado com broncoaspiração saiu do hospital sem nenhuma sequela mesmo tendo parada cardíaca e sendo ressuscitado várias vezes. “Eu tenho certeza que se não fosse o rápido atendimento deles com a minha tia, as coisas que não deveriam fazer por causa de sistema, eles fizeram para poder resguardar a vida do meu filho.”
Após dois anos procurando os responsáveis por salvar seu filho, Aline encontrou as pessoas que tanto fizeram por Miguel e fez questão de agradecê-los por toda dedicação. O Soldado Silva, ficou muito surpreso com a visita. “É o reconhecimento através de uma linda vida, o garoto Miguel, e gestos de gratidão de sua família que nos emociona em saber que fazemos parte da vida de todos eles. Não pensaria duas vezes para fazer todo esforço novamente”, completa dizendo que a atitude da família o deixou sem palavras.