Servindo ao Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul desde 23 de maio de 1963, o 1° Sargento RR José Faria Insaurriaga, é a ficha número mil de associados da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (ABERGS). Hoje com 78 anos, o Sargento trabalha como Rádio Operador da Defesa Civil, ocupando a atividade no Palácio Piratini há 14 anos.

Faria iniciou em Porto Alegre no Quartel da Silva Só, onde atualmente é a Academia de Bombeiro Militar, e desde a década de 60 trabalha com rádio comunicação, o que lhe é motivo de orgulho, por ter sido um dos precursores dentro do Corpo de Bombeiros do Estado.

“Trabalhava com escada mecânica, salvamento, telefonia e rádio comunicação, o que faço até hoje com satisfação. Atualmente na Defesa Civil, órgão apoiador de todos os municípios, mantemos contato via rádio com inúmeros Estados e países”, disse Faria, destacando que já participou de missões no Uruguai, Roraima, Itaimbezinho, entre outros lugares do Estado, país e América Latina. “Como órgão apoiador do Corpo de Bombeiros, já nos comunicamos com rádio amadores de outros Estados como Rio de Janeiro e Brasília. Em Roraima, trabalhei com o sistema de comunicação em incêndio florestal, acompanhando 200 bombeiros do RS ao qual durou 3 meses e no Uruguai, já estive em Punta del Diablo e La Caronilla, também para atendimento em incêndio florestal”, relembra o 1º Sargento RR.

Além disso, é frequente o contato com rádio comunicadores de outros países como Inglaterra, Portugal, Itália e Japão. “Estamos prontos para atender em qualquer frequência, quando a rádio comunicação surgiu no Corpo de Bombeiros, contamos com o apoio da Polícia Civil para montar nosso equipamento, e daquele tempo até os dias de hoje, trabalhamos com excelência, sempre apoiando nos momentos de crise, seja onde for”, disse.

“Antigamente quando entrei no Corpo de Bombeiros, nós tínhamos os rádios guardados e ninguém os utilizava. Eu entrei em contato com o Coronel do Exército, que era o chefe e técnico posteriormente na Polícia Civil e sua equipe colocou todos os equipamentos para funcionar. Passado um tempo, cada unidade do Estado possuía frequência separada, com uma central repetidora localizada no morro da polícia. Foi uma maravilha e até hoje se utiliza este sistema”, afirmou Faria, destacando que há um limite de alcance na área metropolitana para não prejudicar as frequências de cada município.

No decorrer de seus 14 anos à frente da rádio comunicação da Defesa Civil, Faria relembra que no início de sua trajetória no Corpo de Bombeiros, do Quartel Central (antes localizado na Academia de Bombeiros), todo sistema de telecomunicações foi migrado para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, para um sistema de telefonia e rádio integrados. “Este sistema até os dias de hoje permanece na secretaria, porém apenas no sistema local e metropolitano”, destacando que atualmente todas os órgãos possuem sistema próprio, e que em alguns municípios existem antenas junto da CEEE, que são disponibilizados para a Defesa Civil em caso de emergência.

Amor pela profissão

Faria lembra que o amor pela profissão de bombeiro vem desde pequeno, quando nas enchentes ajudava os que mais precisavam nas ruas de Porto Alegre e Canoas. “Certa vez minha mãe me contou que fui salvo por um bombeiro em uma enchente que ocorreu em 1941. De lá pra cá não pensei em nenhuma outra profissão, só pensava em ajudar ao próximo e salvar vidas”, disse emocionado.

Ele que é pai de um Sargento do Corpo de Bombeiros de Alvorada, pede aos jovens bombeiros que tenham a mesma garra dos veteranos. “Muita coisa mudou, para melhor acredito. Algumas mantemos com profissionalismo e qualidade, como a rádio comunicação, mas é preciso que os jovens continuem acreditando na força do bombeiro, na vontade de salvar vidas, estejam elas onde estiverem. Ser bombeiro é uma profissão muito gratificadora, e felizmente nunca me vi realizando outro trabalho”, ressaltou Faria.

Sobre a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, Faria destaca que ambos sairão ganhando, respeitosamente a gloriosa Brigada Militar, a emancipação do Bombeiro é um sonho desde que ingressei. “Acho que vai melhorar, tendo total liberdade o Corpo de Bombeiros saberá administrar e dividir a verba destinada a Corporação apontando para a capital mas também para os lugares que mais precisam. Certamente nos fortalecemos muito com os colegas da Brigada Militar, mas vejo a desvinculação fundamental para que cada vez mais existam políticas públicas voltadas para o bombeiro militar”

A ABERGS orgulha-se em ter no seu quadro de associados um colega de profissão dedicado e apaixonado pelo que faz a tanto tempo. É uma honra ter como associado número mil um profissional que dedicou sua vida inteira ao próximo, honrando a profissão que tem por objetivo salvar vidas. 

Fonte: Assessoria de Comunicação ABERGS, Daia Roldão da Silva