Em meio às imagens de socorro às vítimas e combate às chamas de um incêndio no Centro de Vitória neste domingo (22), um sargento chamou atenção. Após subir e descer 21 andares, levar uma idosa no colo e combater o fogo — tudo isso com pelo menos 23 quilos de equipamentos de proteção — o militar Rubinaldo passou mal e precisou receber atendimento.
"Quando nós chegamos, o primeiro momento é retirar as vítimas. Então foi o que nós fizemos de imediato. Conseguimos tirar algumas pessoas, havia cadeirantes e outras pessoas que estavam acima do pavimento do incêndio e precisaram ser retiradas no braço", lembra.
Ao chegar à entrada do prédio, Rubinaldo teve que retornar para o 19° andar para combater o incêndio de frente com os colegas. "Esses desgastes de vindas e idas foi fazendo com que a equipe toda se cansasse. Chega um momento que o corpo da gente precisa de um descanso. Quando eu estava na linha de frente do incêndio, o meu ar do equipamento (cilindro) acabou. E eu tive que descer. Ao chegar lá embaixo, eu fui atendido. Eles ministraram o oxigênio, cerca de 10 a 15 minutos."
Já recuperado, o sargento, que tem quase 20 anos de profissão, voltou ao trabalho, mas, antes, avisou à esposa que estava bem. "No momento ali eu lembrei de ligar para a minha esposa para tranquilizá-la. Disse que eu estava bem."
O tenente Bragança, que comandou a equipe dos bombeiros neste domingo, chama a atenção para o trabalho de toda a equipe, que também se esforçou muito. "Quero dizer que os demais militares que estiveram na ocorrência se extenuaram tal como ele. Mas não foram flagrados pelas câmeras. E justamente por eles serem profissionais dedicados e terem um estilo de vida saudável, embora eles cheguem a extenuação, como eu vi muitos dos nossos companheiros ao final do combate, estendidos no chão, desidratados pelo calor, no limite de suas forças, mas assim que conseguiram ar puro, logo em seguida, já estavam se restabelecendo."
HERÓIS X PROFISSIONALISMO
O tenente diz ainda que falar em heroísmos é uma maneira de parabenizar os bombeiros, mas a grande questão é o profissionalismo. "No momento em que ele foi atendido, o médico falou algumas coisas que são bem importantes. Se ele não tivesse tão bem preparado fisicamente, o resultado seria muito pior. Ele poderia ter tido um infarto, por exemplo. Isso tudo é preparação."
Veja na entrevista como os bombeiros conseguiram combater o incêndio, o que eles sentem ao socorrer uma vítima e como lidam com os resgates mais difíceis.
Fonte: GazetaOnline
Foto: Edson Chagas