O crime de ocultação de cadáver não está descartado no terreno onde mães e filhos teriam sido mantidos em cárcere privado, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Buscas foram realizadas pela Polícia Militar (PM) e pelo Corpo de Bombeiros nesta quinta-feira (2). Cômodos sem portas e janelas e com televisão foram encontrados.
Os bombeiros compareceram ao endereço devido à reclamação de moradores de um forte odor que, possivelmente, seria de cadáver. “Na análise primária, antes dos cães adentrarem verificamos que se tratava de carcaça de animal que estaria em decomposição há 15 dias”, esclareceu o tenente Dutra, do Corpo de Bombeiros.
Apesar de o cadáver não ter sido localizado, não foi descartada a hipótese de que algum corpo tenha sido enterrado no lote. “Ainda não descartamos que haja outro crime, como possível ocultação de cadáver. Os cães que estão à disposição são para atuar neste tipo de ocorrência de ocultação, pessoas perdidas em mata, sejam vivas ou mortas. Vamos avaliar ainda se temos indícios para uso deles [cães]”.
O tenente compôs a equipe que descobriu os cativeiros onde supostamente crianças eram deixadas e relata que nunca havia vivenciado algo semelhante. “De experiência pessoal nunca tinha visto, somente em casos da literatura”, ressaltou.
Entenda o caso - A denúncia
A denúncia de que as crianças estavam sendo mantidas em cárcera foi feita por uma vizinha, a vendedora Poliana Pereira dos Santos, de 37 anos. Ela acionou a polícia depois que percebeu que elas estavam sozinhas no apartamento e sem o auxílio de familiares. Ela tentou alimentar as crianças por um buraco na parede do apartamento. A porta da residência onde elas estavam foi trancada com um cadeado e correntes.