Cerca de 24 horas depois do incêndio que destruiu o centro de distribuição da Indústria de Plásticos Herc, no bairro Marechal Cândido Rondon, em Canoas, na região metropolitana, agentes do Corpo de Bombeiros seguiam trabalhando no final da manhã desta quinta-feira com dois caminhões no rescaldo das chamas. Uma fumaça preta ainda era vista saindo das dependências do edifício localizado na rua Aurora, e era forte o cheiro de queimado no local. Funcionários da empresa, entre eles membros da Brigada de Emergência da companhia, acompanharam os trabalhos.
A partir da via, era possível ver o interior do edifício com grande parte do teto desabado, além de um caminhão destruído pelo fogo. Bloqueios foram instalados pela Diretoria de Trânsito em ruas próximas, e apenas o acesso local era permitido, e ainda assim bastante restrito. As empresas do entorno funcionaram normalmente. Já o Colégio Leonardo da Vinci Gama, que fica ao lado do prédio incendiado, ainda estava fechado.
Funcionários da portaria disseram à reportagem que a escola, que é da rede privada de ensino, talvez poderá reabrir somente na próxima segunda-feira. Havia fitas no portão da mesma. Ainda segundo eles, não havia possibilidade do contato via WhatsApp do colégio, já que o telefone que detém esta conta teria permanecido dentro da escola durante a evacuação, assim como diversos outros itens. Também, que as chamas somente não atingiram a escola porque a mesma instalou uma parede corta-fogo na divisa com o prédio destruído.
A Herc não quis se manifestar, reforçando a nota enviada no começo da noite de quarta-feira, em que afirmava que a “primeira preocupação havia sido com a preservação das vidas dos colaboradores e da população do bairro ao redor da empresa”, e ainda, que ninguém havia se ferido. A empresa compartilhou, nas redes sociais, notas de clientes se solidarizando com o ocorrido. Morador em frente ao prédio incendiado, o pintor Fabrício Longoni disse que estava em casa quando o incêndio começou, por volta das 13h45min de quarta-feira.
“Primeiro, pensei que fosse em um carro, mas quando saí vi isto. Ajudei a resgatar algumas crianças do colégio, e vi muita gente correndo, mães chorando, gritando e desmaiando. A evacuação durou cerca de 15 minutos”, disse ele. A Prefeitura de Canoas afirmou que a escola deve ter as atividades suspensas por dois dias, a partir de hoje, até a avaliação da Defesa Civil Municipal e do Escritório de Resiliência Climática (Eclima). Uma vistoria foi realizada na parte interna da mesma, e um engenheiro foi deslocado para a realização de um laudo técnico sobre a situação do edifício.
Agentes do 15º Batalhão de Polícia Militar (BPM) acompanharam os trabalhos, orientando quanto a circulação dos trabalhadores próximos. Os Bombeiros indicaram que a fumaça preta foi causada pelo combustível armazenado no local, e ainda havia, no edifício, muitos materiais plásticos e paletes. A comandante de serviço do 8º Batalhão de Bombeiros Militar (8º BBM), de Canoas, sargento Marcela Santiago, também comandante do Corpo de Bombeiros de Guaíba, afirmou que, após o término do rescaldo, será emitido o laudo que pode indicar as causas da ocorrência.
“O fogo está praticamente extinto, e somente está sendo realizado o controle mesmo”, afirmou ela. Um hidrante instalado nas proximidades fornecia água para o combate às chamas. A Prefeitura também orientou aos moradores próximos a manter as casas vizinhas fechadas “até a situação estar totalmente resolvida”, e disponibilizou o telefone da Defesa Civil em caso de necessidade de auxílio, pelo número (51) 99322-5764. O inquérito sobre o incêndio está sendo conduzido pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.
Foto: Guilherme Almeida