Com o aumento das temperaturas, o brasiliense procura se refrescar no Lago Paranoá, principalmente aos finais de semana. No entanto a aglomeração de pessoas e embarcações pode causar acidentes, principalmente quando os banhistas estão alcoolizados, informa o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

“Conversando com essas pessoas, percebemos, em muitos atendimentos, que as vítimas tinham ingerido bebida alcoólica. A maior parte eram homens, jovens ou adultos”, conta o chefe da Seção de Salvamento Aquático do Grupamento de Busca e Salvamento do CBMDF, capitão Daniel Oliveira.

De janeiro a agosto deste ano, o Corpo de Bombeiros atendeu 11 ocorrências de afogamentos no Lago Paranoá. Em três delas, as vítimas morreram. A profundidade média do Lago é de 12 metros, com águas caudalosas e escuras. Na Barragem do Paranoá, chega a 40 metros. Por isso, é importante o uso de itens de segurança, como boias, coletes ou flutuadores.

Segundo dados da corporação, só o Piscinão do Lago Norte chega a reunir mil banhistas por dia. Nas proximidades da Ponte JK, o número pode chegar a 500 aos sábados e domingos. Além disso, o DF possui a quarta maior frota de embarcações do país: são mais de 50 mil inscritas, de acordo com dados da Marinha do Brasil.

Para Daniel Oliveira, aqueles que utilizam embarcações também precisam ter cuidado para afogamentos. “É comum os usuários pararem em alguns pontos e saltarem no Lago. Para isso, é importante que estejam utilizando coletes salva-vidas e deixarem os demais tripulantes avisados de que estão entrando na água, para que todos fiquem alertas”, informou o capitão.

Os bombeiros atuam no Lago Paranoá em dois pontos específicos: um grupo principal próximo ao Palácio do Planalto e outro próximo à Ponte JK. Os postos são equipados com lanchas, barcos e jet-skis. Uma média de oito mergulhadores e guarda-vidas atuam nos locais, de segunda a domingo.

Aos fins de semana e feriados, o efetivo é reforçado com cerca de mais 15 bombeiros, especialistas em salvamento e prevenção de afogamento, que atendem em outros cinco pontos: Praça dos Orixás, Ponte JK, Ermida Dom Bosco, Ponte do Bragueto e Piscinão do Lago Norte.

Confira as recomendações

Aos banhistas:
– Evitar entrar na água após as refeições;
– Nadar sempre acompanhado de uma embarcação, caso faça a travessia do lago;
– Nadar na companhia de pelo menos uma pessoa e próximo à margem;
– Evitar saltar de locais elevados para dentro da água (dar de ponta) e brincadeiras como “empurrões” e “caldos”;
– Não utilize boias improvisadas. Usar colete é o mais indicado;
– Não tentar fazer salvamentos, caso não seja devidamente treinado. Nesses casos jogue objetos flutuantes, como boias, bolas, pranchas ou cordas para resgatar vítimas e ligue imediatamente para o 193;
– Crianças somente devem entrar na água acompanhadas dos pais ou responsáveis;
– Observar e respeitar as placas proibitivas e evitar caminhar sobre pedras.


Às embarcações:
– Não nadar de madrugada, muito cedo ou muito tarde. A iluminação solar é essencial para se ter mais noção de espaço no lago;
– Não fazer manobras bruscas e arriscadas com embarcações e motos aquáticas;
– Antes de navegar sempre se informe, antes do passeio, sobre o local para onde vai. Tire suas dúvidas com quem conhece o caminho ou a região;
– Tenha certeza de que todos os passageiros estão sentados antes de acelerar. Do contrário corre-se o risco de machucá-los ou até de derrubá-los no lago;
– Desvie dos barcos a remo e banhistas;
– Diminua em 50% a velocidade habitual caso queira fazer o passeio durante a noite;
– Tenha em mãos habilitação e demais documentos obrigatórios;
– Faça manutenção preventiva na sua embarcação;
– Tenha coletes salva-vidas para todos a bordo.