— É um período do ano que temos muitas ocorrências pela característica da estação. É preocupante porque tivemos uma sequência de ocorrências que colocou todas as equipes envolvidas em combater as chamas para que não se alastrassem. Se há outro tipo de ocorrência, estamos distantes do Centro e isso faz com que nosso tempo de resposta aumente para demais atendimentos que necessitam da nossa atuação de maneira mais ágil — ressalta o comandante do 5º BBM, tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiro.
Ele explica que na segunda estavam com equipes em Galópolis, na RS-122, na Maestra e em outros pontos para combater focos de fogo.
— As pessoas tem que ter essa consciência para evitar esse tipo de risco ao queimar vegetação, limpar terrenos, campos e até mesmo com o descarte de fontes de ignição como cigarro que jogam nas estradas próximos à vegetação. Orientamos para que não se utilizem de queimas para eliminar resíduos. São locais abertos em que o vento espalha as chamas e, aí, tem que chamar os bombeiros para conter e nem sempre conseguimos controlar num primeiro combate. A queima é perigosa em todos os aspectos porque pode chegar até moradias, inclusive, de quem colocou fogo — alerta.
Pista e instalações da Ascave não foram atingidas
O presidente da Ascave, Renato Nienow, explica que apesar da proporção das chamas o fogo não comprometeu a pista ou as instalações da entidade.
— Não teve gravidade, e não atingiu as casas que ficam no Portal da Maestra. Foi no mato rasteiro, não era mata nativa. É preocupante o pessoal lidar com fogo em áreas assim de mata porque pode atingir as casas de quem mora ali. Avisamos os bombeiros assim que percebemos as proporções porque tem moradores perto.
Ele acredita que o fogo começou por volta das 18h:
— No começo não tem como enxergar, e somos acostumados a ver fumaça por ali, é uma situação recorrente, porque queimam lixo e demais resíduos. Quando escureceu o pessoal percebeu a dimensão das chamas. Teve um trabalho muito bom dos bombeiros que não permitiram que o fogo se alastrasse.
Ele ressalta ainda que a prefeitura já fez limpeza numa área em que havia um lixão e que a associação pretende cercar o local para que não seja invadida e ocorrências desse tipo voltem a se repetir.
— Infelizmente é recorrente porque algumas pessoas se aproveitam pelo fato da área ser isolada e queimam fios de cobre no local. Isso só vai ser erradicado quando conseguirmos cercar com gradil porque é uma área grande e aberta. Não tem como cuidar 24 horas para ninguém ter acesso ao local, mas é um valor alto para cercar tudo — lamenta o presidente da associação.
Ocorrências também motivam alerta em Carlos Barbosa
Até o momento, está em 27 o total de ocorrências de combate a fogo em vegetação atendidas pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Carlos Barbosa, sendo que nove delas foram registradas em dezembro. A realidade, que também se repete em outras cidades da Serra, motivou um alerta publicado pela prefeitura e pelos bombeiros à comunidade do município sobre o perigo das queimadas. O comandante da corporação, Eduardo Carniel, destaca que o período de estiagem, baixa umidade e temperaturas elevadas acentuam o risco de propagação de incêndios.
— É preciso ter cautela e atenção, estamos num período de estiagem, de escassez hídrica que nos dificulta inclusive o reabastecimento, o aporte de água para combate a incêndios, bem como o risco, devido às temperaturas elevadas, vegetação seca, vento e isso tudo propicia a propagação do fogo. Estamos reforçando ações junto à prefeitura com o intuito de inibir essas ações que por vezes demanda combates longos, extensos e desgastantes, que chegam adentrar a madrugada — afirma o comandante.
O alerta publicado no site da prefeitura destaca que: "além de ser considerado crime ambiental e passível de multa, as queimadas podem trazer inúmeros riscos a saúde, provocando doenças respiratórias e danos severos ao meio ambiente".