Correção: Matheus Junges é secretário de Planejamento de Torres, e não de Turismo, como informado entre 4h24min e 10h de segunda-feira (20). O texto já foi corrigido.
Bombeiros realizam buscas a três pessoas que estariam desaparecidas após ponte pênsil sobre o Rio Mampituba, entre Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, e Passo de Torres, em Santa Catarina, virar. Até o final da manhã, a informação era de seis desaparecidos, mas três pessoas foram contatadas e localizadas por familiares, sendo removidas do dado inicial. Na madrugada desta segunda-feira (20), dezenas de pessoas estavam sobre a ponte quando os cabos da estrutura romperam. Várias dessas pessoas caíram na água.
A Brigada Militar atua em apoio às equipes de Corpo de Bombeiros dos dois municípios. As autoridades teriam sido acionadas pouco depois das 2h.
As buscas seguem ao longo desta segunda-feira (20). Não está descartada a hipótese de o número de desaparecidos ser maior. As equipes ainda buscam informações com pessoas resgatadas e parentes de possíveis vítimas. Pelo menos 45 bombeiros, 30 brigadianos, três helicópteros e três embarcações estão envolvidas na operação.
Há uma estrutura montada para as buscas e resgates das pessoas que caíram após o rompimento dos cabos da ponte pênsil. Ao todo, seriam 60 profissionais trabalhando, entre equipes de mergulho e barcos, ainda conforme o comando dos Bombeiros.
O secretário de Planejamento de Torres, Matheus Junges, informou que 100 pessoas estariam sobre a ponte, sendo que a capacidade suportada pela estrutura é de 20 indivíduos.
Pelo lado catarinense, em Passo de Torres, estaria acontecendo uma festa de Carnaval e as pessoas retornavam desse evento no momento do acidente. Há relatos de que adolescentes e crianças estavam na ponte no momento da queda. As atrações de carnaval previstas para os próximos dias em Torres foram canceladas pela prefeitura.
Atendimentos
Pelo menos 18 pessoas foram atendidas no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes e no Pronto Atendimento Municipal de Torres após a ponte pênsil entre a cidade, no Litoral Norte, e Passo de Torres, em Santa Catarina, virar.
Segundo apurado pela reportagem de GZH, pelo menos 15 pessoas foram atendidas no Pronto Atendimento Municipal de Torres. Entre eles, 14 eram adolescentes, que chegaram ao local por volta das 3h acompanhados dos pais ou responsáveis. Todos eles tinham ferimentos leves, como arranhões. O atendimento durou cerca de uma hora, e todos foram liberados.
Já no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, três pessoas foram atendidas. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, uma delas foi liberada. Outras duas seguiam em observação por volta das 9h desta segunda.
Fiscalização
Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta segunda-feira (20), os prefeitos de Torres (RS) e Passo de Torres (SC) afirmaram que não há fiscalização acerca do trânsito de pedestres na ponte. Segundo as autoridades, as duas cabeceiras contam com cartazes informando a capacidade máxima de pessoas e que é necessário contar com o bom senso dos veranistas para respeitar o aviso.
— Temos placas bem sinalizadas na cabeceira da ponte dizendo o limite máximo de pessoas que devem atravessar (ao mesmo tempo). E não há uma fiscalização efetiva de quantas pessoas acessam a ponte. Não há um orientador, vamos dizer assim — explicou o prefeito de Torres, Carlos Alberto Matos de Souza.
O prefeito de Passo de Torres, Valmir Rodrigues, afirmou que é inviável manter uma autoridade fiscalizando o número de pessoas que atravessam a ponte. Ainda, perguntado sobre a possibilidade de fechar a ponte, considerando que, em grandes eventos e datas comemorativas, como é o caso do Carnaval e como foi no Ano Novo, as pessoas não respeitam a sinalização, Rodrigues também afirmou não ser possível.
— Não posso colocar um policial ali, não tem como. Aí tu vais falar isso (fechar a ponte para evitar incidentes como o da madrugada desta segunda-feira) e vais ser linchado. Isso é um ponto turístico nosso, mas muitas pessoas fazem mau uso — pontuou.
Ambos os prefeitos garantiram que a vistoria dos cabos e das braçadeiras das pontes é feita com frequência. A última, segundo Rodrigues, teria ocorrido na semana que antecedeu o Réveillion 2023. Para Souza, o aprendizado que fica é referente à necessidade de fiscalização.
— Tiramos a lição de que temos que reforçar. Em eventos e datas comemorativas, colocar orientadores ou até fechar, em períodos mais críticos, para que tenha um cuidado maior — ressaltou o prefeito de Torres.
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