Martina dos Reis, com 19 dias de vida, tomava leite na mamadeira no final da noite de sexta-feira (25) quando os pais perceberam que ela ficou imóvel, sem reação. Evellyn Pündrich, 31 anos, técnica em radiologia, e Bruno Hauschild dos Reis, 30, gerente de logística, tentaram desobstruir as vias aéreas da filha em casa, em Lajeado, mas resolveram pegar o carro e pedir socorro no Corpo de Bombeiros, a cerca de três quilômetros de distância.
— Ela ficou paradinha, de olhinho arregalado — recordou Evellyn, que havia introduzido a alimentação por mamadeira no mesmo dia, para complementar o aleitamento.
No quartel, aonde a família chegou às 23h25min, a soldado Elizabete Linden, 40, constatou que Martina estava pálida e respirava com dificuldade. Virou a menina de bruços sobre o braço e bateu-lhe nas costas, até que todo o leite fosse expelido.
Martina voltou a respirar, recuperou a cor no rosto, e então uma viatura levou mãe e filha até a UPA do bairro Moinhos D’Água. Depois de avaliação médica, a criança foi liberada.
Ela passa bem, em casa, neste sábado (26), após uma madrugada tensa para Evellyn e Bruno, que dormiram pouco. O pai passou a noite toda conferindo se a filha estava bem e se respirava normalmente.
— Ainda estou angustiada. Agora ela está com soluço, e já fico nervosa — desabafou a mãe.
Foi a primeira vez que a soldado Elizabete realizou uma desobstrução de vias aéreas presencialmente. Ela já havia orientado um procedimento semelhante por telefone, mas ontem estreou nesse tipo de salvamento.
— Com bebê, é sempre mais esgotante mentalmente depois. Quando você começa a relaxar, percebe que é uma vida tão frágil na sua mão, percebe tudo o que ocorreu — contou a soldado ao final do plantão.