Bombeiros de Minas Gerais, que integram a missão de ajuda humanitária do governo brasileiro no Haiti, seguiram na quarta-feira (25) para Les Cayes, uma das cidades mais afetadas pelos tremores que atingiram o país caribenho.
A equipe mineira, formada por quatro militares, desembarcou na segunda-feira (23) na capital Porto Príncipe, e as primeiras percepções são que a situação em território haitiano se assemelha ao cenário de devastação em Moçambique, em 2019. Há dois anos, a corporação também participou de missões de salvamento no país africano, que foi atingido por ciclones.
“As necessidades e empenhos são parecidos e a única certeza é que o trabalho será árduo nesses dias”, disse o Corpo de Bombeiros em nota.
O Haiti foi atingido por terremotos, sendo o maior de magnitude 7,2. Em um cenário que já era devastador, o ciclone tropical Grace também provocou estragos no território haitiano. Mais de 2,2 mil pessoas morreram.
Além dos militares mineiros, militares da Força Nacional e militares do Grupo de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal seguiram para a região do Caribe.
Inicialmente, o avião decolou de Brasília, na manhã deste domingo (22), com mais de sete toneladas de suprimentos. Mas uma "questão técnica" levou a Força Aérea Brasileira (FAB) a substituir a aeronave.
A troca de avião foi feita na Base Aérea do Cachimbo, no Pará. O problema não foi detalhado. A nova aeronave decolou de Boa Vista (RR) na manhã desta segunda-feira (23).
Depois de desembarcarem em Porto Príncipe, os militares se reuniram na sequência com a ministra-conselheira Marissol Tereza Chaves Romaris, do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a reunião foi importante para apresentar aos militares sobre a situação do país e começar a planejar as ações da equipe.
Experiência na bagagem
A equipe do Corpo de Bombeiros de Minas que vai atuar no Haiti é composta por quatro militares: capitão Tiago Costa, tenente Rafael Rocha, sargento Wesley Bernardes Faria e sargento Thales Leite Braga.
E atuaram após as tragédias de rompimentos de barragens em Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019.
“A frase que nós temos é que é melhor estar preparado para o impossível do que ser surpreendido pelo inesperado”, disse o capitão Tiago Costa em uma entrevista ao G1 no ano passado.
E, mais uma vez, o oficial foi chamado pelo inesperado. Em 5 de novembro de 2015, a equipe do capitão foi uma das primeiras a chegarem à região de Bento Rodrigues e ver de perto os estragos provocados pela lama da barragem da Samarco.
O oficial também participou ativamente da operação de resgate no Córrego do Feijão. A equipe coordenada por ele foi a responsável pela localização do refeitório, onde estavam diversas das 270 vítimas da tragédia da Vale.
O capitão e outros dois integrantes da equipe também participaram da missão em Moçambique.