O mês de agosto mal começou e já foram registrados 45 focos de incêndios florestais na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conforme dados atualizados pelo Corpo de Bombeiros nesta quarta-feira (9). O recorde, até o momento, foi registrado no mês de julho com 170 focos.

De janeiro a julho, os bombeiros controlaram 563 incêndios florestais. Em agosto do ano passado, foram 205 focos. A meteorologista do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Paula Pereira de Souza, detalha que não há previsão de chuvas nos próximos 15 dias e que a probabilidade de precipitações até outubro é pequena.

Paula de Souza observou que os efeitos provocados pelo El Nino continuam firmes, com atuação até o final do próximo período chuvoso, em abril de 2024. “O fenômeno deve provocar temperaturas acima da média histórica”, afirmou.

O coordenador de Informações do Previncêndio, Anderson Rocha, apresentou um balanço das ocorrências de Incêndios. Ele informou que a Área de Proteção Ambiental (APA) Águas Vertentes, no Alto Jequitinhonha, registrou 23 ocorrências até agosto de 2023. Em segundo lugar, empatados, estão os Parques Estaduais da Serra do Cabral e da Serra do Rola-Moça.

O Parque Estadual da Serra do Cabral teve a maior área atingida até o momento, com 201,66 hectares queimados na área interna da unidade de conservação e 74,06 hectares no entorno.

Minas contra o fogo

O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios do IEF, Rodrigo Bueno Belo detalhou o andamento do Programa Minas Contra o Fogo. A iniciativa, desenvolvida em parceria com 36 municípios do estado, prevê a capacitação de brigadistas, auxílio na elaboração e execução de planos de contingência para a prevenção e combate em áreas públicas e privadas, além de orientação às prefeituras para decretação de emergência, em caso de necessidade.

Promovido pelo IEF, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Cedec e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o Minas Contra o Fogo integra os municípios mineiros que apresentaram, entre 2013 e 2021, focos de incêndios em Unidades de Conservação estaduais dentro de seus limites territoriais. Segundo estimativa do IEF, cerca de 97% das queimadas são decorrentes de ação humana.

Os 36 municípios aptos a aderir ao programa recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) doados pelo IEF como vestimentas, capacetes, luvas, óculos e coturnos, além de instrumentos de combate ao fogo, como abafadores e bombas costais.

Já estão sendo realizadas capacitações, como a de Formação de Brigadistas que terminarão em 31/8. O Corpo de Bombeiros realiza os treinamentos e o IEF ministra oficinas sobre a gestão de brigadistas.