Milhares de funcionários da cidade de Nova York, na maioria bombeiros, marcharam na segunda-feira (25) pela ponte do Brooklyn em protesto contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, anunciada na semana passada pela prefeitura.
"Por acaso nós perguntamos se você está vacinado quando telefona para a emergência?", "Necessários ontem, desempregados hoje" eram algumas das frases presentes nos cartazes empunhados pela multidão, composta de homens em sua maioria.
Os manifestantes rechaçam aqueles que representam para eles "o fim das liberdades": o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio.
Todos os funcionários municipais foram convidados a marchar da ponte do Brooklyn até o City Hall, sede da prefeitura, mas os bombeiros — dois quintos dos quais não se vacinaram contra a Covid-19 — eram os mais numerosos.
Os combatentes eram facilmente reconhecidos pela camisa dos quarteis em que trabalham; algumas das blusas incluíam o nome dos colegas mortos nos ataques de 11 de setembro de 2001.
Segundo o FDNY (sigla em inglês para Departamento dos Bombeiros de Nova York), 60% de seus funcionários estavam vacinados (17 mil), um índice muito abaixo da média entre os habitantes adultos da cidade (84%).
Adriane Williams, de 43 anos, funcionária do FDNY, afirmou que não vai se vacinar, mesmo que isso custe o seu emprego. "É uma escolha entre a minha profissão e a minha vida, e preciso escolher a minha vida", garantiu, apesar de as vacinas serem consideradas seguras pela maior parte dos especialistas. "Mas eu não deveria ser obrigada a escolher", prosseguiu, ao reconhecer que teme perder o emprego e ficar "sem nada", após ter sido "funcionária por 19 anos".
Depois dos professores e profissionais de saúde, cuja taxa de vacinação ronda agora os 95%, Nova York estendeu a obrigatoriedade da vacina aos 160 mil funcionários municipais, dos quais 46 mil ainda não tinham recebido a primeira injeção na semana passada. Na última quarta-feira (20), assim que De Blasio anunciou a medida, o sindicato de policiais da cidade declarou que recorreria na Justiça.
Para motivar os mais indecisos, a prefeitura prometeu um bônus salarial de 500 dólares a quem receber a primeira dose antes de 29 de outubro. Após essa data, os que ainda não tiverem se vacinado terão seu salário suspenso em um primeiro momento.