Em janeiro deste ano, a Corporação de Bombeiros em Uruguaiana recebeu um total de 134 chamados. Destes, 70 ocorrências eram de incêndio, o que corresponde a 52% dos atendimentos. De acordo com o comandante em exercício da corporação, sargento Sílvio Pereira Lemos, mais da metade dos incêndios registrados foram em vegetação e originados a partir da queima de lixo e resíduos de folhagens.
A temperatura exclusivamente não influi de forma decisiva no início do fogo por não ser suficiente que matérias expostas ao sol atinjam o seu ponto de ignição (ponto de combustão espontânea). Os 41 sinistros dessa natureza representam 58,5% do total de combates. Houve 19 ocorrências de fogo em imóveis e três em veículos. Com 19 ocorrências cada, as ações preventivas e os salvamentos, buscas e resgates ocupam o segundo lugar de chamados.
As ações preventivas consistiram em: realizar vistoria e remoção de abelhas; vistoria de hidrantes; isolar e interditar locais; retirar galhos da rede elétrica; efetuar o transporte de pacientes e verificar o vazamento de gasolina em veículo. Dentre os salvamentos, buscas e resgates, a maior parte foi relacionada a animais, principalmente silvestres como tamanduá; serpente; gambás e jacaré. Também foi preciso efetuar o resgate de animais domésticos.
Além disso, os bombeiros também registraram um sinistro de trânsito e salvaram uma pessoa que estava presa em um quarto. Em terceiro lugar no número de chamados, os 18 atendimentos pré-hospitalares que representaram 13,4% das ocorrências em janeiro. Ações como a averiguação e o manejo de insetos correspondem a quatro chamados. Dois chamados foram trote.
O comandante Sílvio alertou que a queima de lixo é extremamente perigosa e que rapidamente pode sair do controle nas atuais condições climáticas. Segundo ele, a maior parte dos casos de fogo em campo é ocasionada por ações humanas. Em casos de extrema necessidade de queimar o lixo, o sargento Sílvio recomenda realizar um procedimento prévio. Primeiro é preciso preparar o ambiente: "fazer a queima em um local que seja forrado com areia, pedra ou terra sem vegetação ou árvores no entorno". Também é preciso considerar que o local seja aberto e tenha área de ao menos quatro vezes maior do que o tamanho do monte de lixo que será queimado. E, principalmente, que o local fique longe de imóveis como casas, celeiros, currais, galpões, estábulos e afins”.