O Corpo de Bombeiros Militar de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, concluiu a perícia de uma explosão que ocorreu em um apartamento localizado na rua Francisco de Paula Seara, no bairro Dom Bosco. O incidente aconteceu no dia 5 de abril.
No local, os bombeiros identificaram que a explosão havia ocorrido em decorrência de um vazamento de gás GLP (gás liquefeito de petróleo), junto ao fogão de mesa, causando danos no forno, armários, parte do gesso do teto e da porta de acesso à sacada.
As guarnições isolaram o local, pois não havia incêndio ativo, já que o sistema de gás havia sido interrompido pelo síndico do prédio. A proprietária do apartamento sofreu queimaduras de primeiro grau. Ela foi atendida pela equipe e conduzida ao hospital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acúmulo de apenas 0,01kg de gás GLP foram suficientes para causar as queimaduras na vítima e os danos no imóvel.
Segundo o tenente Douglas Tomaz Machado, perito responsável pela investigação, no imóvel havia um fogão de mesa e um forno elétrico, ambos embutidos no móvel da cozinha.
A perícia concluiu que devido a braçadeira da mangueira estar frouxa, houve o vazamento do gás que ficou confinado no móvel e proporcionou uma mistura ideal entre combustível e oxigênio.
Por fim, a faísca elétrica do fogão foi o suficiente para desencadear a reação em cadeia. O tenente ressaltou que a explosão foi conceituada como uma “deflagração” e que o gás não se acumulou no apartamento inteiro porque o ambiente estava ventilado. “Dependendo da quantidade de gás e como ele fica confinado o efeito poderia ter sido muito pior e resultar em uma fatalidade”, informou.
O perito diferenciou a “deflagração” da “detonação”. De acordo com ele, a diferença está na velocidade e, consequentemente, proporção dos danos, considerando que na deflagração a combustão ocorre sob baixas velocidades, se propagando pela condução térmica. Já a detonação é associada a uma onda de choque com velocidade entre 1,5 e 9 km/s e geralmente está relacionada a materiais explosivos.
Além da deflagração do material combustível (GLP), houve a ignição do GLP que vazava da mangueira. Essas chamas foram controladas pela proprietária ao cortar o gás, utilizando o fecho rápido do abrigo de medidores de gás que havia no hall de entrada do apartamento. “Graças a essa reação rápida da proprietária o incêndio não se alastrou para os demais ambientes do imóvel”, acrescentou Machado.
Mais de mil incêndios
Segundo o Sargento Silvio Mendonça Lima Júnior, investigador de incêndio responsável, na área do 7º Batalhão foram registrados mais de mil incêndios. “Muitos deles poderiam ter sido evitados de forma simples como ter cuidados com a instalação de gás e rede elétrica”, pontuou.
Ele destacou que, muitas vezes, com a intenção de economizar são realizadas manutenções sem acionar uma equipe especializada. “Porém, uma simples substituição de chuveiro por um mais potente, por exemplo, pode provocar um sinistro caso a fiação não esteja dimensionada para essa carga”.