Dezenove mil, oitocentos e quatorze pessoas foram resgatadas nas praias do estado do Rio, apenas nos primeiros três meses do ano. Dados obtidos pelo EXTRA, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que, em média, foram feitos 220 resgates por dia, ou um a cada seis minutos e meio. A região da Barra da Tijuca, de responsabilidade do 2º Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros do Rio (2º Gmar), foi a que mais realizou resgates: 5.339 salvamentos, sendo que sete vítimas não resistiram e acabaram morrendo.

De acordo com o tenente-coronel Glauco Lorite, comandante do 2º Gmar, as praias de maior risco são as oceânicas:
— Praias como a da Barra da Tijuca, Copacabana e Cabo Frio, na Região dos Lagos, por exemplo, possuem uma corrente de retorno que acaba puxando o banhista para o alto mar. E o afogamento geralmente ocorre depois que a pessoa leva o corpo à exaustão, tentando sair da água.

Um outro ponto levantado por Lorite é a questão da frequência de turistas. As praias da Zona Sul do Rio, por exemplo, que recebem no início do ano um grande fluxo de pessoas vindas de diferentes países e estados acabam reforçando o número de ocorrências. O 3º Gmar (Copacabana), que atende um dos maiores redutos turísticos do estado, vive essa realidade. Somente nesta unidade, foram registrados 4.285 salvamentos marítimos, nos três primeiros meses deste ano.

O comandante também alerta para o perigo das praias abrigadas, como a da Ilha do Governador e a do Flamengo. Por serem muito profundas, elas acabam virando uma grande armadilha para os banhistas que não sabem nadar tão bem.

 

O professor Wesley Bonfante quase morreu afogado na praia de Itacoatiara, em Niterói

O professor Wesley Bonfante quase morreu afogado na praia de Itacoatiara, em Niterói Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

 

Vítima de um quase afogamento, em janeiro de 2013, o professor de inglês Wesley Bonfante, de 27 anos, lembra como se fosse hoje o dia em que passou perto de perder a vida, durante um banho na praia de Itacoatiara, em Niterói, Região Metropolitana do Rio.

— Estava com um grupo de colegas. Entrei até a água chegar um pouco abaixo da cintura, dei um mergulho e, ao emergir, não alcançava mais os pés no chão. Tentei mergulhar para alcançar e nada. Foi quando deveria ter chamado os bombeiros, pedido ajuda. Após a primeira onda passar, tudo piorou. Perdi a visão da areia e fiquei submerso por muito tempo. Após muita exaustão e certeza do afogamento, um salva-vida me puxou até uma prancha acoplada ao jetski. Nasci de novo. Não fossem os bombeiros, não estava mais aqui — relata o professor.

Fonte: Extra / Ricardo Rigel