Os estudantes da Escola Estadual Professor Victor Becker, localizada em São Leopoldo, no Vale do Sinos, terão que se adaptar a duas novas instituições a partir desta quarta-feira (17). A transferência para outras escolas da região acontecerá após o Corpo de Bombeiros interditar o colégio por problemas estruturais e falta do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI).
A interdição dos bombeiros ocorreu no dia 4 de maio e, desde então, as aulas estavam ocorrendo no formato online. Para que sejam retomadas as aulas presenciais, foi definida nesta terça-feira (16) a transferência dos estudantes segundo a Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
Assim, os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental irão para a Escola Mário Sperb e começarão as aulas nesta quarta-feira (17); já os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio irão para a Escola Olindo Flores da Silva, com as aulas presenciais retornando entre esta quinta (18) e a sexta-feira (19).
De acordo o Corpo de Bombeiros de São Leopoldo, foram observados sérios riscos de um colapso estrutural durante a vistoria realizada na escola Professor Victor Becker. Entre os problemas observados estão vigas não uniformes, com portas desalinhadas e deformadas; fissuras no solo; instalações elétricas inadequadas, com a presença de fios soltos, sobrecarga na rede e choques elétricos; e a inexistência do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI).
— Sabemos da situação das famílias e dos alunos, mas sabemos também que a situação poderia ser pior caso ocorresse algo mais grave, como o desabamento de uma viga ou o registro de um incêndio. Não estamos dizendo que a escola vai desabar, mas o que vimos no local gerou uma preocupação — ressaltou o tenente-coronel Alexandre Sório Nunes, comandante do 2° Batalhão de Bombeiros com sede em São Leopoldo.
A direção da escola, que conta com 488 alunos, afirma que a interdição pegou todos de surpresa. No entanto, os problemas estruturais já eram observados há algum tempo e foram notificados à Secretaria da Educação.
— Desde 2016, fizemos a solicitação de conserto para a Secretaria Estadual da Educação e não tivemos retorno. Com o tempo, essas fissuras foram aumentando por conta das trepidações do próprio prédio. No entanto, os técnicos da secretaria não apontaram para o risco de desabamento —revelou a diretora da Escola Professor Victor Becker, Jaqueline Bocorny.
Assinatura de TAC é alternativa para desinterdição
A Seduc confirmou que os engenheiros da Secretaria de Obras Públicas (SOP) já estiveram no local na última semana para a realização da vistoria. Foram constatados reparos necessários na parte elétrica e redistribuição de equipamentos de proteção contra incêndio para permitir uma possível desinterdição parcial do prédio. Os reparos deverão ser realizados sob coordenação da secretaria via repasse de recursos do programa Agiliza, que prevê verbas estatais para obras emergenciais nas instituições de ensino.
Na próxima semana está prevista uma reunião envolvendo o Ministério Público, a direção da escola e o Corpo de Bombeiros para que seja regularizado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e verificar a possibilidade de desinterdição parcial.
Para liberar parcialmente a estrutura, sendo possível o retorno dos estudantes, o Corpo de Bombeiros aguarda a assinatura do TAC, desde que sejam apresentados os laudos estrutural e elétrico assim como os itens mínimos exigidos no PPCI.