Com os incêndios que vêm atingindo Amajari, próximo à Serra do Tepequém, Pacaraima e outros municípios de Roraima durante o período seco, a preocupação do Corpo de Bombeiros de Roraima (CBMRR) é de tentar conter as chamas para evitar que haja um desastre ambiental muito maior.
De acordo com o coronel Anderson Carvalho, chefe da Operação Verão, a maior parte dos incêndios registrados nos municípios são criminosos, provocado muitas das vezes por produtores rurais que aproveitam o período seco para queimar e realizar a limpeza das áreas.
“Em Amajari, por exemplo, o número de produtores com autorização para realizar queimadas controladas é muito inferior ao registro de queimadas que observamos no município”, disse.
De acordo com os Bombeiros, durante o início do final de semana, Amajari registrou 110 focos de incêndios na quinta-feira (15) e sexta-feira (16). Atualmente, são seis equipes de combate à incêndio florestal em Amajari, com 24 bombeiros, uma equipe do Prevfogo e duas equipes da Defesa Civil de Amajari. Ainda conforme a corporação, já foram controlados 769 focos de incêndio em todo o Estado desde o início da Operação Verão, em outubro do ano passado e 5.331 ações preventivas foram realizadas.
No último sábado (17), equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) realizaram um sobrevoo de helicóptero. Ao todo, cinco equipes foram para as regiões de Tepequém e Trairão, onde os focos de incêndio se agravaram na última semana. De acordo com o Governo de Roraima, a missão teve finalidade de identificar, mapear e buscar estratégias de mitigação e combate aos intensos incêndios que estão ocorrendo na localidade.
Ao longo da estrada de acesso a RR-203, o cenário é de desolação no município. O fogo agora consome as matas do Projeto de Assentamento Amajari, onde os prejuízos ambientais são incalculáveis. Vídeos feitos por voluntários de Tepequém, formado por guias, condutores e moradores, mostram que o fogo está chegando nas rochas dos paredões do Platô, sem risco de subir. A tragédia é que nesses paredões estão os abrigos e os ninhos das araras, um dos símbolos do turismo em Tepequém.
No dia 14 de fevereiro, a FolhaBV noticiou dificuldades da Defesa Civil de Amajari para controle dos incêndios, principalmente devido a falta de brigadistas. Acompanhado das informações do sobrevoo, o Governo ainda informou que “os bombeiros estão dando apoio também ao Prevfogo nas unidades de conservação da área”.
Pacaraima
A situação também é difícil em Pacaraima, no interior do estado, Um incêndio florestal de grandes proporções atingiu a Comunidade Indígena Bananal, que fica no município, na noite deste domingo (18).
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 23h05. Três equipes, com um caminhão e duas caminhonetes, chegaram em 25 minutos no local, contudo, a situação já havia sido controlada pelos próprios moradores. Segundo relatado aos bombeiros, o auge do incêndio ocorreu por volta das 19h.
Uma casa de farinha da comunidade chegou a ser atingida pelo calor das chamas, mas não foi incendiada. No retorno à base, as equipes fizeram o controle de alguns pequenos focos de incêndio ao longo da vicinal.
“O Corpo de Bombeiros está atuando de forma ativa e permanente nos combates a incêndios florestais em todas as regiões do Estado. Os militares atuam incessantemente nos locais mais afetados e estamos com equipes em todos os locais onde há queimadas”, complementou o coronel.
Estado de emergência
Há uma semana o município de Normandia também decretou estado de emergência devido estiagem. No dia 8 deste mês, o Ministério de Meio Ambiente declarou estado de emergência ambiental em diversas regiões do Brasil.
Em Roraima, o período de emergência foi declarado entre setembro de 2024 até abril de 2025. O estado já está sob alerta do ministério até abril de 2024 para incêndios florestais.