Na Grécia, bombeiros prosseguem no combate, pelo sétimo dia consecutivo, contra o incêndio em Eubeia, 200 quilômetros ao leste de Atenas, onde vários pontos ao norte da ilha foram cercados pelas chamas.
Embora a maioria dos incêndios tenha se estabilizado ou diminuído de intensidade, nesta segunda-feira (9), o foco de Eubeia — a segunda maior ilha do país — permanece preocupante e apresenta um cenário apocalíptico.
O vice-ministro grego da Proteção Civil, Nikos Hardalias, anunciou no domingo (8) "outra noite difícil" na ilha de Eubeia, devastada pelas chamas há sete dias.
Sem apoio aéreo, os bombeiros lutaram durante toda noite e até o amanhecer em Monokarya para impedir que o fogo atingisse a cidade de Istiaia, informou a agência grega de notícias ANA.
Uma por uma, dezenas de localidades foram sendo desalojadas à medida que chamas avançavam contra casas. Os municípios de Kamatriades e Galatsades estão entre as prioridades dos bombeiros nesta segunda-feira.
— Se o fogo entrar por ali, as chamas encontrarão uma floresta espessa e difícil de apagar — afirmaram os bombeiros.
Entre os 650 agentes mobilizados na ilha, estão quase 200 procedentes de Ucrânia e Romênia, reforçados por 11 aviões e helicópteros de combate a incêndios.
— Os meios aéreos enfrentam sérias dificuldades, devido às turbulências, à fumaça espessa e à visibilidade limitada — descreveu Hardalias no domingo.
"Situação crítica"
O vice-governador de Eubeia, Giorgos Kelaïtzidis, advertiu no domingo que os recursos são "insuficientes, e a situação, crítica" na ilha. Ele afirmou que pelo menos 35 mil hectares e centenas de casas foram queimadas nos incêndios.
Grécia e Turquia, dois países vizinhos afetados pela onda de calor mais grave em décadas, lutam há quase duas semanas contra os incêndios. Os especialistas relacionam as temperaturas elevadas com a mudança climática.
Nas proximidades de Atenas, o incêndio que destruiu dezenas de casas perdeu intensidade, segundo os bombeiros gregos.
— Mas o risco de retorno é elevado — advertiu Hardalias.
Vários meios terrestres permanecem mobilizados no sopé do monte Parnitha, em especial unidades enviadas de Israel, Chipre, ou França, para colaborar com os bombeiros gregos. Outro incêndio em Creta foi controlado, e a situação também era menos grave no Peloponeso, onde 300 bombeiros permanecem mobilizados, segundo as autoridades.
Até o momento, duas pessoas morreram na Grécia, e oito, na Turquia. Dezenas foram hospitalizadas.
As chamas destruíram mais de 56 mil hectares na Grécia nos últimos 10 dias, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla em inglês). Quase 1.700 hectares foram queimados, em média, no mesmo período entre 2008 e 2020.