O comando geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro negou, nesta segunda-feira (21), falta de efetivo e de equipamentos no trabalho de resgate das vítimas da tragédia provocada pelas chuvas na cidade de Petrópolis, na Região Serrana. A afirmação foi feita pelo secretário de estado de Defesa Civil e comandante-geral da corporação, Leandro Monteiro, durante entrevista coletiva.
“Nós temos um caminhão aqui, lotado de equipamento, para ser empregado em qualquer momento. Esse caminhão veio do Centro de Suprimento e Manutenção, onde fica toda a logística do Corpo de Bombeiros, no bairro de São Cristóvão. Nem esse caminhão ainda foi acionado. Ele está aqui pronto para ser empregado”, afirmou.
A denúncia de que estaria faltando equipamentos, como capacetes, óculos, luvas, entre outros materiais, foi feita na semana passada, quando a CNN divulgou um documento do Governo do Estado, que solicitava a compra de materiais para o Corpo de Bombeiros. “Todos os quartéis têm estoque operacional e equipamentos identificados. Estão usando material operacional do estoque de Petrópolis. Não houve e não haverá falta de material”, complementou Monteiro.
O comandante disse ainda que, desde o início dos trabalhos, na última terça-feira (15), há uma média diária de 500 bombeiros militares do Rio de Janeiro trabalhando de forma técnica e coordenada, além de outros 100 de outros estados. Ele criticou ainda a presença de voluntários sem experiência nos locais de buscas, o que, segundo ele, atrapalha a atuação dos cães farejadores, que são fundamentais para a localização dos corpos soterrados.
“Eu não preciso de mais bombeiros trabalhando em campo. O que eu preciso é de um espaço seguro para os nossos cães avançarem, nossos bombeiros avançarem. A gente entende, estou aqui repetindo mais uma vez, a ansiedade da pessoa que perdeu um filho, que perdeu uma mãe, pai, irmão, amigo, a angústia, mas elas precisam confiar no Corpo de Bombeiros”, enfatizou.
Plano de operações
O Corpo de Bombeiros destacou ainda que solicitou que à Prefeitura do município que adotasse medidas para restringir o acesso à cidade e impedir a entrada do que o comandante chamou de “turistas de desastres”, o que tem contribuído para aumentar o trânsito e dificultar o deslocamento das equipes de resgate pelas regiões mais afetadas. “Bombeiro queria fechar seis principais pontos de acesso da cidade, limitando a moradores e turistas com reserva confirmada, socorro e funerária, mas a cidade não pode ser fechada pela polícia. Estamos aqui para auxiliar. Prefeito é o grande maestro dessa operação”, disse Monteiro.
A CNN entrou em contato com a Prefeitura de Petrópolis e aguarda um posicionamento para saber se o município vai adotar a medida restritiva nos acessos à cidade.