Viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) trocaram o som de emergência da sirene por mensagens em autofalantes alertando a população para os focos do mosquito Aedes Aegypti.

Percorrendo as ruas das 33 regiões administrativas, com mais uma missão, o carro vermelho da corporação emite a dica: “Atenção! O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal alerta para que cuidem de suas residências eliminando focos do mosquito”.

Na mensagem, de 29 segundos, os militares reforçam dicas como: não deixar acumular água em vasilhas; tapar caixas d’água; além de cuidar da limpeza das calhas e das vasilhas dos seus animais. “Se necessário, solicite ajuda dessa viatura para inspecionar sua residência. Cabe a cada um de nós o dever de salvar vidas”, completa o áudio.

Depois de circular nas quadras, equipes dos bombeiros inspecionam as residências com um olhar minucioso e treinado para identificar possíveis criadouros do mosquito. Na semana passada, o alerta ecoou pelas ruas do Cruzeiro.

Diariamente, 30 militares, um ônibus e três carros são destacados para as ações de conscientização e visita – quantitativo que pode chegar a 200 servidores.

Como as chuvas já chegaram, os cuidados do governo estão redobrados e a Operação Dengue ganha força com o envolvimento da corporação.

Ação completa

Durante inspeção em uma residência no Cruzeiro, agentes do CBMDF verificaram ralos, as plantas do jardim e bebedouro para os animais. Ao visualizar um recipiente com água da chuva, a equipe encontrou larvas do mosquito.

De acordo com a corporação, o Aedes Aegypti leva em média dez dias para se desenvolver e vive durante 30 dias. Uma única fêmea produz de 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e pode ter mais de três ciclos durante sua vida. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser feita pelo menos uma vez por semana – assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.

Casos prováveis

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde – semanas 1 a 45 de 2020 – foram notificados 46.145 casos prováveis de dengue. Foi observado, em 2020, um aumento de 22,7% no número de casos prováveis, na comparação ao mesmo período de 2019, quando se registraram 37.613 desses episódios.

Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero Martins, o aumento de casos nesta época é esperado em razão das chuvas. Ele aponta outros fatores que contribuem isso: o clima tropical e a capacidade de adaptação do inseto ao ambiente de reprodução.

Os mosquitos podem estar desde em tampas de refrigerantes a grandes recipientes que armazenam água. A doença, explica Divino, não é relacionada às questões socioeconômicas da população, sendo alta sua incidência tanto em regiões de alto padrão quanto nas mais vulneráveis.

“Por isso é importante que cada cidadão tire dez minutos para inspecionar sua casa, o ambiente de trabalho e os lugares que frequenta para observar se há focos ou possíveis lugares de reprodução; só acabando com esses criadouros poderemos vencer essa guerra”, alerta o subsecretário.

Os programas GDF Presente e DF sem Carcaça somam força nessa missão. O GDF Presente empreende vários serviços de manutenção e zeladoria pelas regiões administrativas, principalmente de limpeza e retirada de entulhos que são descartados de forma irregular. O DF sem Carcaça, por sua vez, retira das ruas veículos abandonados que, entre os riscos oferecidos, podem servir de criadouros para os mosquitos.