Os bombeiros informaram nesta segunda-feira (15) que vão recomendar a demolição das 13 sacadas restantes do prédio Cristo Rei. No local, outras 13 sacadas desabaram em efeito dominó no sábado (13). Ninguém se feriu. O prédio foi evacuado e segue interditado.

"Fizemos análise de risco e as sacadas que caíram são idênticas às sacadas que permaneceram em pé. Vamos fazer um parecer técnico justamente para recomendar ao síndico a demolição", afirmou Jaime Oliveira, comandante operacional dos bombeiros.

A medida é necessária porque há risco de as sacadas que restaram também desabarem. Segundo Oliveira, a área logo abaixo as 13 sacadas que restam foi isolada devido ao risco. "Fizemos isolamento da área para caso haja algum desmoronamento", disse Oliveira.

No domingo (14), os bombeiros e peritos analisavam as sacadas restantes e se tinham sido construídas iguais às que desmoronaram, pois foi constatado que, no lado onde teve a queda, as ferragens não estavam de acordo para a construção, além de haver índicos de corrosão e infiltração, possivelmente por falta de manutenção.

"Essa corrosão não é de agora, pode ser de décadas até. Sol e chuva direto", completou o bombeiro.

Projeto sem sacadas

Ainda segundo os bombeiros, o projeto inicial não previa sacadas. Elas teriam sido colocadas durante a construção a pedido dos moradores.

"O projeto é de 87 e o habite-se é de 88. Na concepção do projeto não existia sacada. Na execução, foi vista esta posibilidade apresentada pelos proprios moradores", segundo Oliveira.

Ainda é investigado se cálculos foram refeitos para que as sacadas fossem incluídas na execução da obra.

Investigação

A Polícia Civil investigar o desabamento e aguarda laudo de perícia para dar andamento ás investigações.

Existe suspeita de infiltração, ferragens inadequadas e falta de manutenção, mesmo assim, segundo as autoridades, só após a conclusão da perícia será determinado com exatidão o que ocorreu.

"As hipóteses ainda estão sendo levantadas pela Perícia Criminal da Polícia Científica, a qual está atuando de forma integrada e colaborativa com o Corpo de Bombeiros do Pará", informou os bombeiros. "Pessoas estão sendo ouvidas, diligências são realizadas", informou a Polícia Civil.

Alguns moradores passaram o dia das mães buscando itens pessoais no local. Nesta segunda, mais moradores devem ir ao prédio, segundo os moradores, que está acompanhando cada morador que entra de forma individual no prédio. O local segue interditado por tempo indeterminado.

"Os moradores estão autorizados a acessarem os apartamentos, individualmente, acompanhados pela guarnição de socorro, a fim de retirarem os pertences mais importantes, como medicações e documentos", disseram os bombeiros em nota.

Vídeos mostram os estragos - veja AQUI - deixados pelo "efeito dominó" da queda, que começou com o varanda da cobertura, de acordo com a Defesa Civil.