O Corpo de Bombeiros continua em busca de Railson Costa, que se afogou ao cair no córrego do Rio Lucaia, no domingo (5), na tentativa de salvar um cachorro que havia caído nas imediações da Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Nesta quarta-feira (8), com a ajuda de uma retroescavadeira cedida pela Prefeitura de Salvador, os bombeiros percorreram pelo menos 700 metros da galeria, mas não localizaram a vítima.
Além de Railson, as fortes chuvas que do último domingo causaram o afogamento do seu sobrinho, Jonathan. O corpo dele, arrastado pela correnteza, foi encontrado no mar, nas proximidades do Mercado do Peixe, no Rio Vermelho. Nesta quarta, além da equipe com a retroescavadeira, outro grupo do Corpo de Bombeiros percorria a faixa de areia das praias do Rio Vermelho, Ondina e Barra, enquanto outros profissionais davam apoio com drones para verificar as áreas mais difíceis. “O trabalho é bastante minucioso. As buscas serão retomadas nesta quinta-feira (9)”, informou a corporação em nota.
No dia da fatalidade, a dupla ainda conseguiu salvar o animal que é cuidado pela comunidade do entorno. De acordo com testemunhas, Jonathan Costa estava chegando de uma Unidade de Pronto Atendimento, após sentir dores, acompanhado de uma sobrinha, quando tudo aconteceu. Ana Cláudia Souza conta que saiu de perto dele por minutos e, quando voltou, não o encontrou. “Ele estava comigo pouco antes, eu fui pegar um café e, de uma hora para outra, isso aconteceu”, afirmou.
De acordo com vizinhos, Jonathan era ambulante e vendia frutas nos sinais próximos com a ajuda de seus filhos. Ele morava com a esposa em uma casa próxima à avenida. Sheila Costa, que é mãe de apenas um dos filhos do ambulante, esteve no local para acompanhar o resgate. "Ele tinha vários filhos e não sei o que vai acontecer com eles. Éramos só nós dois cuidando de todos. Ele por mim e eu por ele", disse a viúva.
Railson está sendo procurado desde domingo por três equipes do Corpo de Bombeiros, em quatro pontos da cidade: no percurso da Avenida Lucaia, em dois pontos da Avenida Vasco da Gama e na praia do Rio Vermelho. As chances são de que o corpo tenha ficado retido em algum ponto, e que, eventualmente, seja encontrado no mar. Marcelo Nunes, chefe do Salvamar, explicou que o monitoramento é feito por 48 horas. “Há possibilidade de ele estar na região do mar, por conta da corrente. De início se torna mais difícil de achar porque o corpo está pesado, pois acabou de afundar, desce, e acompanha a correnteza”, disse.
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo