A matogrossense Amannda Rodrigues, de 22 anos, foi a única vítima fatal de um incêndio que destruiu três prédios, no último domingo, na cidade de Payerne, na Suíça. De acordo com o jornal "24 heures", 15 pessoas foram resgatadas com vida, incluindo um bebê. As autoridades locais informaram ter encontrado o corpo da brasileira, já sem vida, após o fim do combate às chamas. Mãe da jovem, Marciléia Rodrigues Rego, de 42 anos, que também mora no país europeu, acusa os bombeiros de negligência. Ela diz que alertou sobre a presença de Amannda no prédio, mas os agentes decidiram combater o fogo antes de resgatá-la.

O corpo de Amannda foi submetido a uma autópsia na cidade de Lausanne e está sendo velado nesta sexta-feira, em uma igreja católica em Payerne. O sepultamento será realizado na segunda-feira, segundo a mãe da jovem.

“Ainda não tinha fogo no apartamento dela, mas tinha muita fumaça. Dava tempo de eles terem tirado minha filha de lá com vida, mas foram primeiro combater o fogo. Eu gritava, suplicava aos bombeiros para entrarem logo e tirarem ela de lá, porque ela não estava mais conseguindo respirar. Minha filha só perdeu a vida por negligência dos bombeiros e dos policiais”, diz Marcileia, em um vídeo publicado nesta quinta-feira, no Facebook.

Testemunhas da tragédia ouvidas por outro jornal suíço, o "20 minutes", corroboram a versão de Marciléia, de que os agentes foram avisados sobre a presença da jovem no local. “Ainda ouço os gritos da mulher: ‘Tirem minha filha de lá!’. Também lembro de ter visto um jovem vestido de amarelo que, aparentemente, queria ir lá dentro salvar a pessoa. A polícia teve dificuldade para contê-lo”, conta um adolescente à publicação.

JOVEM ACORDOU COM FUMAÇA

As chamas começaram às 15h26, no prédio onde a brasileira morava. Os bombeiros chegaram rapidamente ao local, mas só conseguiram apagar as chamas às 19h15, quase quatro horas depois.

Amannda, que morava há oito anos na Suíça, trabalhava como auxiliar de dentista e, nos fins de semana, fazia bicos em casas noturnas. Ela havia dado expediente até de madrugada, naquele domingo, e estava dormindo quando o fogo começou. A mãe de Amannda diz que conversou com a jovem pelo celular até os últimos momentos de sua vida.

“Minha filha me ligou quando o incêndio começou e eu levei um minuto para chegar na porta do apartamento dela. O incêndio começou pequeno, no andar de baixo, e ainda não estava dentro da casa dela. Conversei com ela até o último momento. Os bombeiros demoraram mais de 40 minutos para chegar. Deixaram ela se esvair nas labaredas do fogo. Agora fico eu aqui com a dor da perda da minha filha. Quem vai trazer ela de volta para mim? Não posso sequer dar um enterro digno, porque ela foi carbonizada”.

Até quinta-feira as autoridades locais não tinham identificado as causas do incêndio. Segundo o "20 miuntes", desde abril de 2016, onze incêndios que resultaram em danos ocorreram em Payerne.

Procurado pelo EXTRA, o Ministério das Relações Exteriores informou que, embora não tenha sido acionado pela família, enviou um comunicado oficial aos postos no exterior para buscar informações sobre o caso.

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Fonte: Jornal Extra