Há exatos dez meses, a tragédia da Vale, em Brumadinho (MG), devastou famílias de 270 vítimas que perderam a vida no rompimento da barragem B1. Entre o dia 25 de janeiro e esta segunda-feira (25), 256 pessoas foram localizadas pelo Corpo de Bombeiros e identificadas pela Polícia Civil. Isso corresponde a cerca de 95% das vítimas.
A operação de buscas, que já é a mais longa da história do país, continua até que sejam encontradas as quatorze pessoas que seguem desaparecidas ou até que haja viabilidade para realização dos trabalhos, segundo o Corpo de Bombeiros.
Só em novembro, quatro corpos foram identificados pelo Instituto Médico-Legal (IML). As últimas vítimas reconhecidas são Elis Marina Costa, João Marcos Ferreira Silva, Aroldo Ferreira de Oliveira e Miraceibel Rosa. Todos trabalhavam na Mina do Córrego do Feijão e três deles eram funcionários terceirizados.
Nesta segunda, as buscas em Brumadinho chegam a 305 dias sem interrupções. Nestas cerca de 7,3 mil horas de operações, mais de 2,6 mil militares já participaram dos trabalhos.
A maior parte das vítimas, 179, foi identificada no primeiro mês da tragédia. Mas, com o passar do tempo, a localização dos corpos se torna cada vez mais difícil. Para o Corpo de Bombeiros, os trabalhos de inteligência têm sido o diferencial nos trabalhos de busca em uma área de 10 km lineares e 32 km de circunferência.
Proporcionalmente, o percentual de localização de corpos em Brumadinho já se iguala ao da tragédia de Mariana, ocorrida em 2015. No primeiro desastre, provocado pelo rompimento da barragem da Samarco, 19 pessoas morreram e 18 corpos foram resgatados pelos bombeiros, o que corresponde a 94,7%.