Passados oito meses do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, 21 pessoas seguem desaparecidas. Como forma de ajudar na localização das vítimas, dois cachorros farejadores do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul viajaram nesta quinta-feira, 26 de Setembro, de Campo Grande rumo a Minas Gerais, numa viagem que daria cerca de 1,2 mil quilômetros. Duke e Cindy trabalham em conjunto com seus treinadores, major Fábio Pereira de Lima e sargento Luciclei da Silva Lima, respectivamente.
Na missão de Brumadinho, as duas equipes contarão o auxílio do cabo Wilson Rogério de Souza Monteiro. O time embarcou no Aeroporto Internacional de Campo Grande às 10h50 com previsão de chegar à cidade ainda na noite desta quinta-feira. Os dois cães têm sete anos de idade. Duke é da raça pastor belga e Cindy é da linhagem labrador retriever. Por ser de grande porte, o cachorro macho viaja no setor de cargas do avião.
Já a fêmea segue o percurso ao lado do treinador, no banco da aeronave. Esta é a primeira missão deles fora do Estado, segundo informações dos bombeiros, a dupla tem experiência em buscas no MS, com certificados a nível nacional de buscas por restos mortais. Antes de começarem os trabalhos em Brumadinho, cães passarão por exames clínicos feitos por veterinários. A operação está marcada para começar na manhã de sexta-feira (27). “Sabemos que a dificuldade é grande e vamos trabalhar ao máximo para localizar os corpos ou os segmentos dos corpos para que possam fazer a identificação”, afirmou o bombeiro militar. Operação - Dividida em duas etapas com intervalo de 15 dias, a operação de busca e resgate dos Bombeiros de MS vai durar 30 dias.
A primeira fase inicia hoje segue até 10 de outubro. A segunda está programada para começar em 26 de outubro e terminar em 9 de novembro. Segundo o sargento Luciclei, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais traça estratégias diárias de busca e resgate das vítimas desaparecidas. “Eles vão nos dar coordenadas com um quadrante, que é a região onde os cães vão fazer a busca. Também podemos fazer perfurações no solo. Se tiver algum corpo embaixo ele vai liberar odor e o cão vai indicar”, explicou.
Conforme os militares, o olfato dos cachorros é até 44 vezes mais aguçado do que o mesmo sentido do ser-humano. Por isso, os animais são utilizados em operações com vítimas soterradas e perdidas na mata. Na linguagem militar, a dupla homem/cão é chamada de binômio. Desde o rompimento da barragem de minério do Córrego Feijão, em 25 de janeiro deste ano, Corpos de Bombeiros de vários estão atuando em Brumadinho. Já deram apoio binômios do Ceará, Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. As duplas foram responsáveis por localizar 80% dos corpos soterrados. A tragédia deixou 270 desaparecidos, sendo 249 mortes confirmadas.
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