Na roda gigante de 32 metros de altura do parque de diversões instalado na Avenida Afonso Pena, 6 vítimas presas nas cabines aguardam o resgate que chega pela escada Magirus do Corpo de Bombeiros. A situação de tensão faz parte de treinamento das equipes com o equipamento, comprado em março de 2020 e que é utilizado nos casos de salvamento nas alturas.

A autoescada mecânica Magirus chegou em Campo Grande em março de 2020, após dois anos da licitação aberta para substituir o defasado equipamento fabricado na década de 1970 e usado até 2015, quando foi tirado de circulação. A compra custou 1,5 milhão de euros, à época, R$ 7,6 milhões.

Hoje, no Shopping Campo Grande, a roda gigante foi o cenário escolhido para o treinamento de oito bombeiros no resgate de vítimas nas alturas. São 3 vítimas em cabines diferentes que precisão ser retiradas dos locais.

O tenente Rodrigo Alves Bueno, coordenados do treinamento, diz que a escada já foi usada em treinamentos em prédios, onde se prevê pane nos elevadores, por exemplo, e em situações reais, com o incêndio no Atacadão, em setembro de 2020. “Lidamos diariamente com acidentes e incêndios, só que este tipo de acidente nas alturas é pouco mais difícil, por isso a importância desse treinamento em situações atípicas”.

No treinamento de hoje, a situação atípica aconteceu. A força do vento não permitiu que os bombeiros usassem o elevador, acoplado na base da escada para que fosse elevado até a cesta, na outra ponta, para resgate das vítimas. Isso porque o anemômetro, aparelho que mede a velocidade do vento atestou limite máximo e, por isso, optou-se em se utilizar somente a cesta para o resgate. O equipamento também tem sensores que mostram a distância da escada e do local das vítimas.

Na cesta, cabem três pessoas e foi ocupada pelos militares. Lá em cima, eles podem optar por um deles ficar enquanto a vítima desce para que o resgate continue. Se a situação permitir, todos sobem de elevador e descem juntos.

Na simulação, cada cabine era ocupada por duas pessoas e o resgate durou cerca de 20 minutos por equipamento. Segundo o Corpo de Bombeiros, poderia ter sido em tempo menor, caso o elevador pudesse ter sido usado.