Nossa equipe de reportagem realizou uma investigação nos últimos dias e conseguiu apurar números que são alarmantes e podem colocar a população de Curitiba e região metropolitana em risco. Quase todos os caminhões de combate a incêndio do 7° Grupamento do Corpo de Bombeiros do Paraná estão baixados, que significa, que estão fora de operação por algum tipo de problema.
O 7° Grupamento abrange toda a região norte de Curitiba e região metropolitana como segue no mapa abaixo:
(Imagem: Divulgação)
Os caminhões ABTR (Auto Bomba Tanque Resgate) do Posto de Bombeiros do Bairro Alto não estão operando. O caminhão prefixo 6576 está com problemas de freio e câmbio. Eles então conseguiram um caminhão emprestado do município de Londrina, no norte do Paraná. Já o caminhão prefixo 10902 está com problemas na bomba de incêndio e está fora de operação a aproximadamente 7 meses.
No Posto de Bombeiros do Pilarzinho, o caminhão prefixo 8759 está sem operar por problemas no motor de arranque há aproximadamente dois meses.
No Posto de Bombeiros de Colombo, o caminhão prefixo 10903 está fora de operação há aproximadamente dois meses. O motivo da não operação não foi revelado.
No Posto de Bombeiros de Almirante Tamandaré, há apenas um caminhão do Bombeiro Comunitário operando.
O município de Campo Largo também está sem caminhões de combate a incêndio. As viaturas estão baixadas também por problemas mecânicos.
Caminhão esquecido
No dia 18 de abril de 2016 um caminhão relativamente novo retornou de uma manutenção. Após o término da manutenção em uma oficina, os parafusos da cuíca não foram apertados. O resultado disso por muito pouco não terminou em tragédia. Logo após sair da oficina, em uma descida no bairro Pilarzinho o caminhão de combate a incêndio prefixo 10899 ficou sem freios e foi parar dentro do Parque Pilarzinho.
(Foto: João Frigério/Arquivo)
No acidente alguns bombeiros sofreram ferimentos sem risco de morte e o caminhão ficou parcialmente destruído. O caminhão foi levado para o Rio Grande do Sul para que fosse realizado os consertos e a nossa equipe apurou que ontem (27), após dois anos, o caminhão voltou para Curitiba.
Sobrecarga
Com praticamente todos os caminhões fora de operação, as ocorrências de combate a incêndio sobrecarregam sobre a guarnição de Santa Felicidade. Um detalhe que chama a atenção é que o caminhão não está em seu pleno funcionamento. O basculante da cabine não está funcionando. Desta forma, equipes do 1° Grupamento de Bombeiros estão tendo que atender ocorrências que seriam de responsabilidade de área do 7° Grupamento.
Já o município de Campo Largo a situação é mais grave, caso haja um incêndio no município, a equipe mais próxima para dar atendimento é a de Santa Felicidade localizada a 25 quilômetros de Campo Largo.
Tragédia
No fim da madrugada desta quinta-feira (27) um idoso morreu queimado em um incêndio no município de Campo Largo. Izaltino Neres da Rocha, 88 anos, estava em sua casa na Rua Abílio Monteiro, no bairro Bom Jesus, foi vítima deste descaso do governo estadual com a população. O município que está sem caminhões há meses e toda situação de incêndio fica a mercê da sorte aguardando que os caminhões de Curitiba cheguem rapidamente para evitar o pior, mas nesta noite o resultado do descaso culminou na morte de um inocente.
Demora e revolta
Na noite de quarta-feira (20) um incêndio destruiu uma residência na Rua José Domingues em Colombo. Um detalhe que chamou a atenção é que o primeiro caminhão de combate a incêndio que chegou é um ABTR do 3° Grupamento do Corpo de Bombeiros, que seria um caminhão emprestado de Londrina e está operando no Bairro Alto. Uma equipe de Colombo estava no local, porém com uma viatura leve, uma caminhonete que não conta com tanque de água para o combate a incêndio.
Caminhão do 3° Grupamento de Londrina emprestado para o Bairro Alto (Foto: João Frigério/Plantão190)
Moradores da região reclamaram da demora e criticaram os bombeiros que estavam atendendo a ocorrência. Nossa equipe de reportagem acalmou os ânimos dos mais exaltados explicando que os bombeiros que estavam trabalhando ali não tem culpa, já que a falta de viaturas é um problema governamental.
Nesta semana um caminhão ABT comunitário da Defesa Civil foi colocado em Colombo para amenizar o problema.
Gerenciamento da frota
A empresa responsável pelo gerenciamento da frota é a JMK Frotas e quem faz o conserto dos veículos são oficinas credenciadas em Curitiba. Quando o problema é mais grave os caminhões são enviados para o Rio Grande do Sul, para a empresa Triel HT que fabrica grande parte dos caminhões comprados pelo Governo do Paraná.
Fonte: Massa News / João Carlos Frigério