Desde a última semana, as ONGs e protetores independentes de Maringá poderão chamar o Serviço de Emergência Animal para resgatar animais abandonados que estiverem feridos. Criado pela Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (Sema) da cidade, o serviço vai funcionar em uma ambulância adaptada.
O veículo foi doado à Secretaria de Serviços Públicos de Maringá pelo Corpo de Bombeiros. Repassado à Sema, recebeu todas as modificações necessárias para prestar atendimento de emergência a animais abandonados.
Ederlei Alkamin, secretário do Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Maringá, explica que o projeto foi “feito por várias mãos. Como tudo nessa política do bem-estar animal, tivemos a participação de pessoas da sociedade que fizeram um projeto, uma arquiteta que desenvolveu o design interno, algumas doações, uma parceria com o Corpo de Bombeiros, que disponibilizou uma ambulância e a prefeitura, que recuperou a parte mecânica e de lataria e a adequou para servir a essa causa”.
Parcerias para atendimento
Depois de resgatados pelo serviço de emergência animal, esses animais abandonados serão encaminhados para a Uningá e a Unicesumar, universidades parceiras que farão os tratamentos necessários. As instituições estão aptas inclusive para realizar procedimentos cirúrgicos. Depois de tratados, os animais seguirão para lares temporários até que sejam adotados em definitivo.
Com acompanhamento veterinário constante, o serviço vai funcionar de segunda a sexta, das 8h às 17h. Para solicitar o atendimento de emergência a Sema disponibilizou o telefone (44) 3901-1885, de sua Diretoria de Bem-Estar Animal. Mas atenção, apenas animais abandonados serão socorridos. “No caso de animais domésticos, o tutor é responsável por eles, então esses não serão atendidos por nós”, detalha Alkamin.
Projeção mostra a van que vai prestar o serviço já identificada. Foto: Reprodução/Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal de Maringá
Ajuda aos protetores
Atualmente, a Prefeitura de Maringá trabalha com parcerias para viabilizar sua política de bem-estar animal. De acordo com o secretário, o poder público não tem abrigos próprios para receber animais resgatados. Todos são encaminhados para locais mantidos por ONGs da cidade, que sobrevivem graças a voluntários e a doações espontâneas. Por isso, o anúncio do serviço de emergência animal está sendo recebido com entusiasmo.
“Estamos com grandes expectativas porque um dos serviços que será prestado é o resgate de animais atropelados, que é uma constante solicitação da comunidade. Muitas vezes as ONGs não conseguem ajudar nesses casos. É de grande valia, essa ajuda da prefeitura. Ela está auxiliando e reconhecendo o trabalho das ONGs”, opina Ariane Louise Rodrigues, da Associação Maringaense de Ajuda à Animais Resgatados (Amaar).
Empresária e estudante de medicina veterinária, ela trabalha com a causa animal desde 2013. Ariane explica que a parceria entre a ONG e o governo municipal já existia em outras frentes. “Eles têm nos ajudado com alguns atendimentos nas clínicas, alguns transportes de animais que estão em tratamento e, principalmente, com as castrações.” Para ela, a castração é fundamental para o controle populacional e também para facilitar a adoção dos animais.
Regularização
Procurado para comentar o anúncio do serviço, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) não quis se manifestar. Isso porque, de acordo com o conselho, a disponibilização do atendimento de emergência deveria ser regularizada junto ao órgão. A exigência atende à resolução 1015/2012, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
O artigo 11 do documento diz que “o estabelecimento médico veterinário deve comunicar, por escrito,
ao respectivo Conselho a implantação da Unidade de Transporte e Remoção ou da Ambulância Veterinária, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias do início dos serviços, contendo em tal documento: marca, modelo cor, ano, placa, especificação completa dos equipamentos e gravações constantes do §2º do artigo 10”.
Ederlei Alkamin afirma que essa regularização ainda não foi feita, mas a Sema já está verificando a questão. “Temos uma veterinária e as clínicas para onde esses animais serão levados têm sua legalização, assim como as instituições de ensino. Então não vejo problema, mas se tiver que alinhar algo com o Conselho, nós vamos fazer.”
Fonte: Gazeta do Povo / Viver Bem Animal