Cento e doze dias se passaram desde que o Corpo de Bombeiros deixou a área de buscas em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em função da pandemia de coronavírus. A corporação aguarda uma permissão do Comitê Extraordinário de Covid-19 para retornar à região destruída pelo rompimento da barragem de lama da mineradora Vale ocorrida há mais de um ano e seis meses. Os militares ainda procuram por onze pessoas mortas na tragédia – esta que é a maior operação de buscas da história do país conseguiu retirar até o momento da paralisação, em 21 de março, os corpos de 259 engolidas pela avalanche de lama.
Inicialmente, a corporação estimou que poderia retornar às buscas no dia 17 do mês passado. Entretanto, chegada a data, não havia aprovação dos novos protocolos de buscas e procedimentos devido à pandemia da Covid-19, encaminhado ainda em junho para o Comitê. Transcorridas praticamente três semanas, o documento com as deliberações específicas para garantir a segurança durante a procura ainda não recebeu aprovação. De acordo com o Corpo de Bombeiros, estima-se que as buscas sejam retomadas ainda neste mês de julho. Em nota mais recente, enviada nesta segunda-feira (6), a corporação declarou que o retorno a Brumadinho acontecerá tão logo sejam aprovados os protocolos delineados.
Dezessete meses após a tragédia, familiares que perderam seus entes queridos pedem que a retomada seja o mais rápido possível para que as onze famílias que ainda não puderam se despedir e concluir o luto. Frente a impotência de aguardar o retorno dos bombeiros à área destruída pela barragem da Vale, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (AvaBrum) anunciou mais um ato simbólico na entrada do município de Brumadinho, em frente a um letreiro que marca as manifestações das famílias em homenagem àqueles que foram perdidos.
O ato está programado para acontecer às 11h da manhã de 25 de julho. Apesar da dor, a associação também prestou homenagens aos militares do Corpo de Bombeiros em 4 de maio, dia em que se comemora a profissão. Angelita, Cristiane, Juliana, Lecilda, Luis Felipe, Maria de Lurdes, Nathalia, Olimpio, Renato, Tiago e Uberlândia são as 11 pessoas que continuam desaparecidas em Brumadinho.