Na semana passada, lembramos do incêndio na madeireira e indústria Hoppe, no Centro, em 4 de dezembro de 1962. O caso nos levou a pesquisar sobre a chegada do Corpo de Bombeiros a Santa Cruz, em 13 de março de 1965. Mas a luta por um serviço especializado começou antes.

Em meados de 1949, empresários e a Gazeta do Sul iniciaram campanha pela criação do Corpo de Bombeiros. Em outubro, o coronel Walter Peracchi Barcelos (depois governador do Estado), comandante da Brigada Militar, enviou um grupo de oficiais à cidade para avaliar o pedido, mas o assunto não evoluiu. 

Em 1953, o prefeito Arthur de Jesus Ferreira determinou a compra de um carro-bomba e criou o Serviço Municipal de Combate a Incêndios. Em 13 de dezembro (domingo), o caminhão chegou e ficou estacionado na Praça Getúlio Vargas, onde fez uma demonstração. Com um motor potente e dezenas de metros de mangueira, sugou a água do chafariz e molhou as plantas do entorno, até na frente da Catedral São João Batista.

Após 15 dias, o serviço estava à disposição. A sede era junto à Usina Municipal (na Rua Cel. Jost, atual Ginásio Poliesportivo), onde havia água em abundância e funcionários de plantão. Mais tarde foi feita parceria com o Exército, que passou a dar apoio no combate a incêndios.

Em dezembro de 1962, quando ocorreu o sinistro na Hoppe, Santa Cruz voltou a se mobilizar. No final daquele mês, o comandante estadual dos Bombeiros veio para uma reunião. O prefeito Edmundo Hoppe colocou à disposição o prédio onde funcionou o Mercado Público (Rua 7 de Setembro, entre a Floriano e a Brito) para instalar a guarnição.

A reforma do espaço começou em seguida, mas os bombeiros só chegaram em 13 de março de 1965, no governo de Orlando Baumhardt. Na inauguração, houve desfile do efetivo (24 homens) pelo Centro, na carroceria do moderno carrobomba. O comandante era o tenente Enio Figueira.