O chefe do Comando de Atividades Técnicas e Pesquisas do Corpo de Bombeiros da Bahia, Coronel Jorge Sturaro, disse, neste sábado, que o galpão da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que pegou fogo na sexta-feira (15), estava irregular em relação a segurança de combate a incêndios.
Cerca de 30% da carga de celulose armazenada no local foi destruída pelas chamas. Segundo o coronel Sturaro, a Codeba não tinha implementado medidas de combate a incêndio. De acordo com o militar, o local tinha um documento que atestava a conformidade em relação a um projeto de segurança contra incêndio apresentado junto aos Bombeiros, no entanto, este ainda não havia sido colocado em prática.
De acordo com o Comando de Atividades Técnicas e Pesquisas, somente após o projeto ser executado é que o local recebe o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento que atesta a segurança do local, e que somente é aprovado após vistoria técnica.
"Para funcionar, um local como esse precisa de uma analise técnica do Corpo de Bombeiros, e precisa ter materiais como hidrantes, extintores, tudo que faça a prevenção ser realizada. Além de documentos que atestam que o estabelecimento está seguro", disse.
Ainda segundo o militar, o local teve o pedido de liberação da documentação de segurança negado em, pelo menos, três ocasiões. A homologação do projeto ocorreu um dia antes do incêndio no local.
"Eles deram entrada em 2019, após análise de um mês, devolvemos porque não atendia o que tinha no projeto. Em 2020, após mais um pedido, mais uma vez, nós dissemos que (o projeto) estava inconcluso e que faltavam equipamentos. No dia 5 de janeiro deste ano, eles fizeram um novo pedido e notificamos mais uma vez. Agora em abril, no dia 8 foi feito um outro pedido e vimos que estava dentro do contexto", disse.
"O projeto foi recém aprovado. E no dia 14, a licença foi homologada. Só que desde 2019 para cá, nunca implementaram medidas de combate ao incêndio no estabelecimento", afirmou o coronel.