Uma análise da área destinada para o primeiro incêndio prescrito neste ano será realizada pelo Corpo de Bombeiros em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). O estudo começa nesta terça-feira e termina na quinta-feira (17).
O objetivo é construir aceiros em pontos estratégicos na região do Parque Estadual Encontro das Águas, em Poconé, a 103 km de Cuiabá. Essas ações, segundo os bombeiros, tentam minimizar as queimadas no Pantanal e a destruição da área pelo fogo.
As equipes ainda devem avaliar e elaborar um planejamento estratégico da queima prescrita, devido às condições de umidade, temperatura e direção do vento.
Os aceiros são demarcações em uma área para criar uma espécie de faixa ao longo das cercas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo.
De acordo com os bombeiros, a finalidade é prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, evitando queimadas e criando espaços para que os animais como onças e outras espécies menores possam escapar do fogo.
O Parque Estadual Encontro das Águas possui uma área de 108 mil hectares, possui 46 unidades de conservação e é considerado um dos locais preferidos pelos turistas para a observação de onça-pintada. Segundo dados do Centro Integrado Multiagência (Ciman), nos incêndios florestais de 2020, cerca 55 mil hectares foram destruídos pelo fogo no Parque.
Queimadas no Pantanal em 2020
No ano passado, o nível de chuva no Pantanal foi 50% menor na região, o desmatamento e a seca também possibilitaram a queima de um terço da área do bioma, sendo uma das piores já registradas. Entre 1° de janeiro e 31 de outubro de 2020 , o Pantanal já acumulava mais de 21 mil focos de queimadas.
Somente nos 23 primeiros dias de setembro, o Pantanal já havia registrado 6.048 pontos de queimadas. Trata-se do maior número mensal de focos de incêndio de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), iniciada em 1998. Até então, o recorde mensal havia sido em agosto de 2005, quando foram registrados 5.993 focos de incêndio no bioma.
Para ajudar os animais que vivem na região, várias pousadas, voluntários e órgãos se mobilizaram para levar comida, atendimento médico e água para tentar salvar um maior número desses animais.
Foi instalado um Posto de Atendimento Emergencial para Animais Silvestres (PAEAS) para ajudar os animais que se queimavam com o fogo.