O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou que conseguiu as assinaturas suficientes para abertura da CPI da Previdência. Em entrevista à Rádio Guaíba na manhã desta quinta-feira, o senador disse que obteve os 62 nomes que precisava para a instalação imediata da comissão com representantes de cada partido do Senado. "Ontem cobramos a instalação imediata, só faltava o PMDB e o bloco do PT para editarem os nomes da CPI. Ali ninguém está em lista nenhuma, é tudo ficha limpa, o que é melhor para se trabalhar", afirmou. "Quando se trabalha com alguém que está sendo investigado, o cara não tem moral nenhuma para julgar e defender posições", acrescentou sobre os políticos que integram CPI.
A intenção é que na semana que vem a CPI da Previdência seja instaurada. "Na segunda tenho reunião com os líderes para ver se na quarta-feira já tenhamos a escolha do presidente da comissão e o relator", declarou.
Segundo Paim, a CPI terá como objetivo a investigação em empresas que não realizaram o pagamento da previdência social. "A CPI tem como objetivo demonstrar que a previdência brasileira é viável. Vamos ver quem está sonegando, quem são os grandes devedores, onde está a fraude, a corrupção. Vamos ver, por exemplo, por que não cobram o R$ 1 bilhão, que nos últimos quatro anos, que o setor do grande empresariado não pagou na previdência. Nós vamos chamar os empresários para fazer as devidas cobranças", explicou.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi um dos que defenderam a instalação da comissão no plenário, conforme informou Paim. "Renan fez uma fala no plenário defendendo a CPI, dizendo que esta reforma da Previdência como está, não tem chance nenhuma que seja aprovada", comentou. "O problema interno do governo é que ele exagerou na maldade. Nenhum governo eleito, se pegar Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, ou Lula ou Dilma, nenhum atacou de forma tão violenta os direitos dos trabalhadores", relatou.
Em consequência às reformas da Previdência e Trabalhista que devem entrar em votação no próximo mês, Paim defendeu que o povo brasileiro se manifeste nas ruas contra estas mudanças. "A população acordou. Eles estão vendo o que significa estas reformas. Estão mobilizando um grande movimento no dia 28, que é uma greve geral, contra o governo e suas reformas", disse. A nossa posição é continuar fazendo uma grande mobilização, e aqui não é ideológico, se é partidário ou não, é em defesa da previdência e do direito do trabalhador, pra que o governo recue nestas propostas", citou. "Ele já recuou em parte, mas ainda é muito pouco, perto do número de maldades que ele botou tanto na reforma trabalhista como na previdência", encerrou.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil / CP