Com o período de estiagem cada vez mais próximo e a umidade relativa do ar diminuindo gradativamente, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de São José do Rio Preto (SP) se organizam para evitar queimadas.
A preocupação é grande porque o número de incêndios registrados de janeiro a abril de 2021 já é maior do que o mesmo período do ano passado.
De acordo com um levantamento do Corpo de Bombeiros, foram 197 ocorrências neste ano, enquanto 115 foram registradas no ano anterior. Ou seja, houve um aumento de 71,3%.
Além disso, tem chovido bem menos nos últimos meses em Rio Preto. Nos primeiros 14 dias de abril deste ano, foram só nove milímetros. Já no mesmo período do ano passado, foram 34 milímetros.
"Tivemos pouca precipitação de chuvas no mês de março. Foram cerca de 40% a menos em relação à média dos últimos 10 anos. A tendência é que tenhamos pouca precipitação em abril e maio. A umidade relativa do ar vem baixando gradativamente", afirma o diretor da Defesa Civil de Rio Preto, Carlos Lamin.
No ano passado, uma queimada de grandes proporções consumiu 500 hectares da área do antigo Instituto Penal Agrícola (IPA). Como a região é uma das que mais sofrem com ocorrências de incêndio, a Defesa Civil começou a trabalhar em aceiros para evitar maiores problemas.
Câmeras da Central de Monitoramento da Guarda Civil Municipal (GCM) também ajudam na fiscalização. O objetivo é que, com um mínimo foco de incêndio, as equipes sejam acionadas para controlar a situação o mais rápido possível.
"A bituca de cigarro é responsável por grande parte dos incêndios registrados em extensas áreas verdes, principalmente às margens da avenida do antigo IPA. Porém, os proprietários também devem realizar uma limpeza nos terremos baldios e recolher materiais cortados", diz Lamin.
Outra área que sofre anualmente com ocorrências de queimadas é um ponto de descarte de galhos da Prefeitura de Rio Preto conhecido como Fazendinha. Inclusive, um incêndio foi registrado há poucos dias no local, causando transtornos e preocupação para moradores.
"Nós cercamos a área e estamos preparando um picador que vai triturar os galhos recolhidos diariamente no município para transformá-los em adubo", afirma o secretário de Serviços Gerais de Rio Preto, Ulisses Ramalho.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros de Rio Preto, é necessário que a população ajude a evitar queimadas, principalmente porque todos são afetados pelas consequências delas.
"As pessoas têm a cultura de limpar o quintal, colocar fogo e perder o controle. A fumaça fica parada no ambiente. O desconforto respiratório aumenta. A fuligem que os incêndios acabam jogando também atrapalha muito. Todos precisam colaborar", alerta André Luiz Brito Teixeira.