Pela primeira vez um drone auxiliou no salvamento real de um banhista no Brasil. A ocorrência aconteceu no último domingo (25/2), na Represa Guarapiranga, em São Paulo (SP). O equipamento usado no resgate, operado pela Guarda Civil Metropolitana em parceira com o Corpo de Bombeiros, é um sistema de boia auto inflável lançado por drone desenvolvido pela SkyDrones, de Porto Alegre (RS).
Como explicou a empresa, na ocorrência do final de semana, um homem praticava kitesurf quando perdeu sua prancha. Ele permaneceu nadando à espera do socorro e a situação foi acompanhada pelo drone. Ao notar que o sujeito estava cansado e o risco de afogamento, os operadores do equipamento lançaram a boia, que ajudou na flutuação do banhista até a chegada de um barco.
O sistema da SkyDrones, chamado de SARtube (de Search and Rescue – busca e salvamento), consiste de uma boia auto inflável e software de aproximação e lançamento automáticos.
Além dos operadores em São Paulo, o drone “salva-vidas” também está em serviço com o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul em Tramandaí, que foi a primeira instituição do país a receber o equipamento, em dezembro de 2017. De acordo com a empresa gaúcha, um terceiro sistema deve ser entregue em breve aos bombeiros de Santa Catarina.
A SkyDrones também recebeu uma encomenda de 15 SARtubes da Alemanha, que pretende utilizá-los em balneários do Mar do Norte.
Drone de resgate
Segundo o CEO da SkyDrones, Ulf Bogdawa, a ideia do drone de resgate surgiu há alguns meses a partir justamente de um relato dos bombeiros de Santa Catarina sobre vantagens e desafios sobre o uso dos aparelhos de controle remoto. “Eles ressaltaram a rapidez com que se pode localizar uma vítima de afogamento com o drone e indicar sua posição aos salva-vidas, mas ao mesmo tempo era angustiante não poder oferecer ajuda diretamente enquanto o resgate não chegava”.
Como diverso fabricantes oferecem drones de pequeno porte e o aparelho menor é mais fácil de ser adquirido por questões econômicas, o desafio, como explica a empresa, foi criar um sistema cujo peso não prejudicasse a capacidade de voo dos drones, ao mesmo tempo em que fosse efetivo. “Não se trata de um salva-vidas. É um sistema auxiliar de flutuação enquanto o resgate está a caminho, mas que pode fazer toda a diferença”, assinala Ulf.
Fonte: AirWay / THIAGO VINHOLES