Em 18 dias, cinco presídios gaúchos foram atingidos por incêndios. Todos os casos ocorreram em áreas do regime semiaberto. Ao todo, seis presos morreream e dez ficaram feridos. Os casos aconteceram na Penitenciária Estadual de Rio Grande, no Complexo Penitenciário de Canoas, no Instituto Penal de Carazinho, na Penitenciária Modulada Estadual de Osório e no Presídio Estadual De Dom Pedrito.

O incidente mais grave foi na madrugada desta quinta-feira, quando cinco detentos morreram devido ao fogo que afetou parte da Penitenciária Estadual de Rio Grande, no Sul do Estado. Outros sete apenados estão feridos e foram encaminhados à Santa Casa. Do total, quatro estão na ala de queimados e três estão em observação. O incêndio ocorreu no alojamento um do semiaberto – onde 42 presos cumpriam pena - e se espalhou para a ala 2, onde havia 49 detentos. De acordo com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), o fogo foi causado pelos próprios presos, que provocaram um curto circuito.

A Susepe iniciou uma "rigorosa" investigação que envolve todas as ocorrências de incêncio. Um levantamento do regime semiaberto gaúcho também está sendo realizado e os servidores receberam orietações de redobrar a atenção.

Complexo Penitenciário de Canoas

Na tarde do dia 26, um incêndio atingiu a Galeria F da penitenciária 2 do Complexo Penitenciário de Canoas. O fogo foi causado por detentos que arremessaram uma bituca de cigarro no depósito de colchões. As chamas provocaram uma densa fumaça e foram combatidas por agentes penitenciários com extintores e água da rede de hidrantes.

O superintendente da Susepe, Ângelo Carneirom disse que 68 detentos da Galeria F estariam envolvidos no inicidente. “Eles não aceitaram as regras da Pecan. Não quiseram por exemplo botar uniforme e reivindicaram as próprias regras. Mesmo assim, os agentes penitenciários fizeram cumpri-las”, afirmou. Ângelo Carneiro ressaltou que os apenados rebelados serão removidos para estabelecimentos prisionais comuns. No lugar deles, salientou, será trazido “quem aceita cumprir com o regramento da Pecan”.

Instituto Penal de Carazinho

Na tarde do dia 25 de março, o Instituto Penal de Carazinho ficou destruído por um incêndio. No local, havia 108 presos do regime semiaberto. Desalojados, os presos passaram as noites em suas casas com autorização do poder Judiciário. “Todos cumpriram o acordo”, de acordo com a Susepe. As causas do incêndio estão sendo apuradas.

Penitenciária Modulada Estadual de Osório

 

Foto: Divulgação / CP

Já no dia 22, um incêndio de grandes proporções atingiu, por volta das 4h, a Penitenciária Modulada Estadual de Osório, no Litoral Norte. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas iniciaram no módulo 1 do presídio, onde ficam os detentos em regime semiaberto, e foram controladas apenas às 7h.

A ala atingida ficou totalmente destruída, mas não houve registros de presos feridos com gravidade. Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), quatro apenados foram encaminhados ao hospital, por terem inalado fumala, mas passam bem. No momento do incêndio, havia 123 detentos no módulo.

Presídio Estadual de Dom Pedrito

No dia 19, um incêndio atingiu o Presídio Estadual de Dom Pedrito. Na ocasião, um dos presos foi transferido para Santana do Livramento, para receber atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Outro detento segue internado.

Fonte: Correio do Povo / Raphaela Suzin