Com o ônibus incendiado na manhã deste domingo (17) em Porto Alegre, em represália à morte de três suspeitos em confronto com a Brigada Militar, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) soma seis ataques a coletivos em 2017. Nos últimos quatro anos, 21 veículos foram incendiados. 

Por volta das 6h deste domingo, homens armados e encapazudos atearam fogo em um ônibus da linha 491 Passo Dornelles/Safira. Os criminosos mandaram motorista, cobrador e passageiros desceram na Estrada Martins Félix Berta, próximo ao Parque Chico Mendes, e incendiaram o veículo. 

— Quando um ônibus é incendiado o prejuízo vai muito além do valor do veículo. É a população que fica sem uma linha de ônibus por quatro ou cinco meses, que é o tempo necessário para a fabricação de um novo. Mas, claro, o prejuízo para as empresas é grande. Afinal, tem que pagar a prestação de um ônibus que não vai mais circular e mais a conta para a fabricação de um substituto. Infelizmente, não existe seguro para ônibus — explica Gustavo Simionovschi, diretor-executivo da ATP. 

 Ainda segundo a ATP, alguns ônibus possuem câmeras de vigilância integradas com a Brigada Militar e a Polícia Civil para auxiliar na identificação de suspeitos, porém, a medida ainda não é eficiente para inibir ataques criminosos. 

 — Não temos como misturar a questão da segurança interna de um ônibus com as medidas de segurança pública. Não há como termos um brigadiano para fazer a segurança em uma linha, por exemplo. Outras questões, como botão de segurança também nos preocupa. Uma medida assim poderia fazer com que os criminosos fizessem reféns e o problema poderia ficar ainda maior — afirma Gustavo Simionovschi. 

Depois do ataque à linha 491 Passo Dornelles/Safira, nenhum ônibus voltou a operar nas imediações e não há previsão de normalização do serviço. Segundo a Viação Alto Petrópolis, as demais lotações circulam em trajetos alternativos pelas avenidas Juscelino Kubitschek e Manoel Elias. 

Fonte: ZH / Cristiano Duarte

 

Foto: Renato Dornelles / RBS