Em meio à situação de emergência ambietal por causa do risco de queimadas, o racionamento faz com que hidrantes do Distrito Federal fiquem sem água. Isso faz com que bombeiros tenham de trabalhar com reserva para combater incêndios. A situação de emergencia por causa do risco de incêndios florestais foi decretada na última quinta-feira (11) e o DF passa por cortes de água desde janeiro.

De acordo com a Diretoria de Segurança do Corpo de Bombeiros, "ocorre sim o corte de abastecimento de água nos hidrantes destinados a uso de combate a incêndio". Assim, em caso de necessidade, os bombeiros dizem que possuem "caminhões com reservas especiais de urgência juntamente com a capacidade operacional dos bombeiros treinados para sanar tais sinistros". A corporação não detalhou o volume desta reserva especial.

Quando se trata também de combate ao fogo em áreas urbanas, os bombeiros afirmam que têm atuação ágil. "Nosso tempo de resposta em incêndios urbanos é muito rápido pela disposição dos quartéis que são estratégicas. As distâncias não são muito grandes e enquanto fazemos o trabalho outras viaturas são deslocadas como apoio", declarou o major Lourival Correia, porta-voz da corporação.

Questionada, a Caesb afirmou ao G1 que existe um canal de contato direto entre a companhia de saneamento e os bombeiros. Se for preciso mais água, "a Caesb indica uma rota alternativa para enchimento dos caminhões, que pode ser em hidrante de uma região próxima que não está na escala do racionamento do dia, ou ainda, em alguma unidade da Caesb".

O especialista em gestão de risco Moacyr Duarte, comentarista da TV Globo, explicou que a situação de falta d'água demanda um reordenamento da atuação dos bombeiros. "Isso pode ser perigoso se você tomar essa medida [de cortar água dos hidrantes] e não fizer nenhuma medida complementar. Os bombeiros fazem seu planejamento de acordo com a posição dos hidrantes. Se você reduzir a disponibilidade de hidrantes, isso implica refazer um planejamento."

Segundo ele, esse planejamento tem que ser feito antes que começasse o racionamento. "As viaturas dos bombeiros têm pequenas reservas de água. Com o apoio de um caminhão pipa de 10 mil litros, a água só dura cerca de cinco minutos", declarou. "Ou seja, a reserva dura pouco e é preciso um suporte de agua."

 

Em casos extremos, em que não há uma adequação para garantir mais água, o especialista aponta que pode acontecer uma demora no combate às chamas.

 

"Os bombeiros vão sair com a água que têm? E eles têm garantia de que vão dar suporte a ele? Quando diz que não pode usar todos os hidrantes, a logística tem que mudar."

 

G1 questionou o Corpo de Bombeiros sobre um último balanço de ocorrências de incêndios florestais. No entanto, a corporação informou que o expediente só começa às 13h e que a única pessoa responsável por "abrir o e-mail" também só entraria neste horário, após a publicação desta reportagem.

Fonte: Gabriel Luiz, G1 DF