O incêndio na fábrica de peças de madeira no Bairro Novo Boa Vista, em Contagem, na Grande BH, figurou no noticiário na manhã desta sexta-feira (9). Porém, um fato só veio à tona horas depois, no boletim registrado pelos bombeiros. Os militares poderiam ter sofrido um soterramento se não tivessem seguido os passos de segurança indicados pela corporação numa ocorrência como essa.
Isso porque antes de qualquer ocorrência onde há risco de desabamentos, os bombeiros precisam colocar escoras ao redor da estrutura em questão. Isso para que os militares sejam preservados em caso de queda.
Foi exatamente o que aconteceu na fábrica de Contagem. O teto do estabelecimento desabou, mas a parte onde os bombeiros estavam continuou intacta justamente por causa das escoras.
O combate às chamas no local começou ainda madrugada, por volta de 1h. A testemunha que ligou para o 193 disse que as chamas estavam altas. Há residências na Rua Colômbia, e os moradores tiveram que deixar os imóveis por segurança.
No início desta manhã, nove viaturas do Corpo de Bombeiros atuavam no combate no local que, devido à atividade realizada, abriga materiais altamente inflamáveis.
Também havia quatro viaturas da Polícia Militar (PM), além de policiais civis e uma equipe de resgate para prestar atendimento aos bombeiros se necessário.
Os bombeiros informam que foram gastos 85 mil litros de água no combate ao fogo, que atingiu seis cômodos do estabelecimento.
Proprietário lamenta
Ainda não se sabe o que provocou o incêndio. O proprietário do estabelecimento, Sérgio Luiz Gomes, falou ao Estado de Minas nesta manhã, ainda abalado com a situação. Ele contou que no local fabrica vassouras, móveis e outros produtos em madeira.
“Eu não sei o que aconteceu, se é curto ou o que foi. Não posso falar nada. Sei que me avisaram que estava pegando fogo. Provavelmente pode ser um curto circuito. Tem energia lá dentro, mexe com madeira, o tempo seco”, disse.
Sobre as informações de que o local não tinha autorização para funcionar, ele se defende.
“Eu queria deixar bem claro que, tudo bem, não tenho registro, não tenho alvará. O pessoal está falando em clandestinidade, mas eu sou trabalhador, eu não sou desonesto. O povo fica falando e tem que olhar isso aí. Não é só chegar detonando. Eu perdi tudo”, lamentou, dizendo que ainda não conseguiu contabilizar os prejuízos.
Gatinhos salvos
Já com o dia claro, enquanto faziam o rescaldo do incêndio, retirando os materiais de dentro do espaço, os bombeiros foram surpreendidos por uma ninhada de gatos.
Os quatro filhotes foram resgatados de cima do telhado do estabelecimento. Eles estavam assustados, mas não apresentavam ferimentos.