O verão do hemisfério norte tem castigado os países da parte de cima do mapa, principalmente os Estados Unidos e o Canadá. Na terra do Tio Sam, os incêndios florestais estão mais intensos e numerosos do que o habitual, o que tem causado um problema sério de escassez de bombeiros para controlar um grande número de incêndios acontecendo ao mesmo tempo.
Até o momento, os incêndios já queimaram o equivalente a 1,25 milhão de campos de futebol só em 2021, grande parte por conta da seca generalizada que atinge os EUA. Isso representa um aumento de mais de 119% no comparativo com o mesmo período de 2020. Porém, a escassez de bombeiros não se deve apenas ao aumento na carga de trabalho.
Muito trabalho, pouco dinheiro
De acordo com o The Wall Street Journal (WSJ), os baixos salários pelo trabalho sazonal também no combate aos incêndios têm feito com que cada vez menos pessoas se interessem a atuar como bombeiros federais do Serviço Florestal dos Estados Unidos. Isso é uma preocupação do órgão, já que a quantidade de incêndios florestais deve aumentar por conta das mudanças climáticas.
A situação ficou tão séria que vários ex-bombeiros foram convidados pelo Serviço Florestal para voltar ao trabalho este ano. Alguns disseram que iriam considerar o convite, outros, porém, que passaram a integrar forças de combate a incêndios em agências estaduais, acabaram declinando do convite por, segundo eles, estarem ganhando mais dinheiro em um trabalho mais estável.
Presidiários da Califórnia
Hoje, parte do combate aos incêndios, particularmente no estado da Califórnia, que tem sido especialmente afetado pela seca e pelos incêndios, usa a mão-de-obra de presidiários, que recebem um salário extremamente baixo pelo trabalho perigoso, além de não poderem continuar como bombeiros depois que cumprem suas penas.
No próximo ano, o programa de combate a incêndios das prisões da Califórnia será descontinuado, o que tem causado uma grande preocupação no Serviço Florestal, que ainda não sabe como fará para compensar a queda repentina de pessoal. Segundo especialistas ouvidos pelo WSJ, a melhor opção é pagar salários melhores aos bombeiros por seu trabalho, que além de essencial, é bem perigoso.
Com informações do The Wall Street Journal