Ao menos 22 pessoas ficaram feridas na manhã desta sexta-feira em um atentado em uma estação de metrô de Londres. A bomba utilizada no ataque era um artefato explosivo improvisado que provocou uma "bola de fogo" na hora do rush.

Pouco depois do ataque, várias testemunhas descreveram a explosão, mas também cenas de pânico. "Houve um enorme boom", indicou Charlie Craven, que se dirigia ao metrô para ir ao trabalho. "Nós pegamos o metrô todas as manhãs (...) Nunca teríamos imaginado que isso aconteceria aqui". "Eu olhei ao meu redor e a primeira coisa que vi foi uma espécie de luz laranja, como nos filmes. Pessoas gritavam sem saber o que estava acontecendo", relata à AFP, com as mãos ainda trêmulas.

Peter Crowley, disse ter visto uma "bola de fogo" e postou em seu Twitter fotos mostrando seu rosto queimado. "Tinha acabado de ouvir uma detonação (...) Eu olhei ao redor e vi essa parede de fogo vindo em nossa direção", conta Lauren Hubbard, de vinte anos.

No caminho para o trabalho, Louis Hather, de 21 anos, estava no vagão onde o dispositivo explosivo improvisado detonou. Ele descreveu para a AFP uma cenário de pânico: "pessoas gritando e correndo pelas escadas". Ferido na perna na confusão, conseguiu sair para a rua, onde "as pessoas choravam. O ar cheirava plástico queimado", disse, chocado, descrevendo "uma mulher levada numa maca numa ambulância com queimaduras por todo o corpo".

O ataque - o quinto em seis meses na Grã-Bretanha - ocorreu às 8h20min (4h20min de Brasília) na estação de Parsons Green, localizada em um bairro rico no sudoeste da capital. "Esta manhã aconteceu uma explosão em um trem do metrô. Nós agora consideramos que foi a detonação de um artefato explosivo improvisado", afirmou o chefe da unidade antiterrorismo da polícia londrina, Mark Rowley. Pouco antes, uma outra autoridade antiterrorista, Neil Basu, referiu-se a um "ato terrorista".

Imagens publicadas no Twitter mostravam o que poderia ser o dispositivo explosivo: um balde branco queimando em uma sacola plástica de supermercado dentro de um vagão do metrô, perto das portas automáticas, e de onde saíam fios elétricos. 

As ruas adjacentes foram isoladas pela polícia, que erigiu um cordão de segurança e colocou homens equipados com fuzis. Os serviços de ambulância e os bombeiros também estavam presentes, com pessoal capacitado para intervir em condições perigosas. No local, vários moradores esperavam na calçada e tentavam recolher informações, enquanto os comércios próximos ofereciam chá ou café. Mantendo-se a par da situação, a primeira-ministra Theresa May dirigiu seus "pensamentos" aos feridos e deverá presidir uma reunião de emergência pela tarde.

"Indivíduos desprezíveis"

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, condenou os "indivíduos desprezíveis que tentam usar o terrorismo para nos atingir e destruir nosso modo de vida", assegurando: "nunca seremos intimidados pelo terrorismo". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou os "terroristas fracassados" que garantiu estar por trás do atentado desta sexta-feira. "Outro ataque em Londres por um terrorista fracassado", tuitou o presidente americano. "São pessoas doentes e dementes que estavam na mira da Scotland Yard. Temos que ser proativos!", disse.

Em março, em Londres, um terrorista usou um veículo para atropelar os transeuntes na ponte de Westminster antes de esfaquear um policial, matando cinco pessoas. Em maio, um suicida explodiu uma bomba artesanal na saída de um show da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester (norte), matando 22 pessoas.

Em junho, terroristas a bordo de uma caminhonete atropelaram transeuntes na London Bridge, antes de esfaquearem vários deles, matando oito pessoas. Outro atentado, desta vez visando muçulmanos perto da mesquita londrina de Finsbury Park em junho, foi cometido por um homem qe se lançou contra a multidão, fazendo um morto e uma dezena de feridos.

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Fonte: Correio do Povo