Os 218 formandos do Corpo de Bombeiros do Ceará que atuaram no resgate de vítimas do Edifício Andrea, em Fortaleza, foram nomeados nesta segunda-feira (2), na sede da companhia, no Bairro Jacarecanga.
Com a formatura dos novos soldados, o estado passa a ter um efetivo de 1.787 bombeiros, segundo o comandante Eduardo Holanda, responsável pelas operações realizadas no edifício.
“A partir de agora a gente é um só corpo, a gente faz parte de um só sistema. Sempre com aquele desejo que só quem é bombeiro percebe, aquele afã que a gente não sabe, não explica, a gente não cansa quando tá na ocorrência, vide o que aconteceu no Edifício Andrea", comentou o comandante Holanda.
Na data da tragédia, em 15 de outubro, o grupo fazia parte do curso de formação e foi convocado para atuar no trabalho de resgate das vítimas. O prédio residencial de sete andares desabou deixando nove pessoas mortas. Sete foram resgatadas com vida.
"Talvez uma das maiores dificuldades daquela ocorrência foi convencer a cada um dos meus bombeiros que eles precisavam descansar, precisavam tirar algumas horas. Tão grande é o desejo que bate no coração de cada um de nós bombeiros em ajudar, em fazer o nosso lema que é vidas alheias e riquezas salvar”, completou o chefe dos bombeiros.
'Foi gratificante'
Márcia de Paula Monte, de 28 anos, era assistente social e está entre os nomeados desta segunda. Ela comenta que, ao saber do desabamento do edifício, a própria turma da qual fazia parte se mobilizou para ser voluntária no caso.
“No dia que aconteceu a tragédia, toda a nossa turma se voluntariou devido ao curso que a gente tinha e devido ao tamanho da tragédia... a gente precisava ajudar. Antes de ser bombeiro, a gente tá aqui pra ajudar, pra servir a população”, salienta.
A experiência acabou sendo fundamental para confirmar a escolha da assistente.
“Foi gratificante. A gente entrou em serviço, na prática, antes mesmo de ser nomeada, então foi quando eu percebi que realmente nasci pra ser bombeira”, aponta.
'A melhor escolha'
Ítalo Barboza era estudante antes de se formar bombeiro e também esteve entre os convocados para trabalhar no resgate.
“Experiência única. Só a sensação de poder ajudar o próximo, da menor maneira possível, já é muito gratificante, independente da nomeação”, destaca Ítalo.
O recém-formado comenta a expectativa pela nomeação, que já dura quatro anos. “Muito emocionante. É uma conquista gigantesca, quatro anos de luta pra chegar nesse momento”, diz.
Os sentimentos confluem com os da técnica de enfermagem e agora bombeira, Saarah Jerônimo.
“Sou muito grata a tudo, por participar do [resgate] Edifício Andrea, vou carregar isso pro resto da minha vida”, frisa.
Assim como Márcia e Ítalo, a jovem pretende seguir carreira como bombeira já que, segundo ela, era um sonho de infância. “Me sinto muito feliz porque isso era um sonho de criança. Sempre quis ser bombeira. É um dos melhores momentos da minha vida, e a melhor escolha”, comemora.