O Ginásio da Brigada Militar, localizado na esquina das avenidas Silva Só e Ipiranga, que ficou destruído após um temporal, em outubro de 2017, será leiloado. A previsão da Secretaria de Segurança Pública (SSP) é de que o edital esteja finalizado até o fim de fevereiro e a empresa contratada até o fim de março. Conforme o secretário adjunto da SSP, coronel Everton Oltramari, a expectativa é de arrecadar cerca de R$ 120 milhões. Na negociação entrará também o imóvel da Escola dos Bombeiros (Esbo), situada ao lado do ginásio e que não sofreu estragos no temporal.
Oltramari disse que a pasta viu uma oportunidade no problema apresentado. “Montamos um grupo de trabalho e percebemos que tínhamos dois pontos bem localizados, porém, tanto a escola, quanto o ginásio, são prédios muito antigos e nada funcionais. Há dificuldade de climatização, então, estudamos uma maneira que pudéssemos fazer um bom negócio com a estrutura”, detalhou.
Com a ida da infraestrutura a leilão, seria construída uma nova escola dentro do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) – que hoje é um centro de treinamento multi-esportivo da cidade de Porto Alegre, mantido pelo governo do Estado. “Seria uma instituição moderna, funcional, com todos os recursos necessários para ela se tornar modelo para o Brasil, podendo usar toda a área esportiva e, ainda, os bombeiros assumiriam a segurança do espaço, que hoje fica a cargo de uma empresa privada.”
De acordo com o secretário adjunto, nada mudaria para a comunidade que vai até o espaço. “Com certeza os frequentadores se sentirão mais seguros. A outra parte da construção atinge um complexo esportivo, amplo e moderno, junto a Academia da Brigada Militar, na Aparício Borges”, salientou. Oltramari falou que cerca de 50% do leilão sobrará, mesmo após as duas obras concluídas.
“Com esse saldo podemos construir um ou dos presídios na Região Metropolitana. Estamos em tratativas com os prefeitos e analisando áreas. Não há uma cidade definida ainda, mas estamos conversando com várias prefeituras”, disse. Os municípios que o Estado têm interesse não são divulgados até para não prejudicar as tratativas. “Algumas comunidades ainda possuem resistência em ter uma penitenciária na cidade.”
Segundo Oltramari, uma vaga de presídio custa 60 mil reais, então há um estudo para saber se será erguido um com cerca de mil vagas ou dois, com menor capacidade. “Vai depender do tamanho da área, mas acreditamos que no mínimo 800 vagas serão disponibilizadas. A empresa que assinar o contrato conosco somente receberá a propriedade da área após as obras finalizadas.” O prazo será de oito a 12 meses, conforme previsto em contrato, que ainda é avaliado.
Demolição parcial
Paralelo ao edital do leilão, a SSP deverá contratar até o fim da semana uma empresa para fazer uma demolição parcial da área. “Há alguns pontos são de risco, então, durante a próxima semana a contratada deverá trabalhar nisso. Não vamos fazer tudo porque se torna muito caro. Somente essa primeira parte está orçada em 100 mil reais”, afirmou. Ele explicou que a vencedora do leilão terá a responsabilidade da total demolição da infraestrutura.
Fonte: Correio do Povo Franceli Stefani
Foto: Mauro Schaefer