As queimadas causam graves danos ao meio ambiente e provocam problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos. Elas também aumentam o risco de acidentes com veículos, haja vista que muitas vezes as fumaças invadem as rodovias reduzindo a visibilidade dos condutores.

Em 2019, foram registradas em Goiás 9.408 ocorrências de incêndio em vegetação em Goiás. Nos primeiros cinco meses de 2020, foram 976 ocorrências, mais da metade no mês de maio.

Com o objetivo de executar estratégias de prevenção e combate a incêndios além, é claro, de proteger a vegetação goiana, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) acaba de lançar a Operação Cerrado Vivo 2020.

Conforme anunciado pela corporação, este ano haverá um reforço nas operações por meio da utilização de drones. Eles serão úteis para monitorar áreas sujeitas a incêndios que, especialmente nesta época do ano, registram aumento do número de queimadas.

Expectativa

No ano passado, a experiência com o monitoramento aéreo dos parques estaduais foi positiva. Este ano, a expectativa é de que seja ainda melhor, haja vista que os aparelhos passarão a transmitir imagens em tempo real. Uma sala de controle já foi montada para cruzar dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) com as imagens dos drones.

“Nosso objetivo é detectar os focos de incêndio ainda no início para evitar a propagação nas áreas monitoradas”, explica o Tenente Coronel Pedro Carlos Borges de Lira, comandante da Operação Cerrado Vivo 2020.

Os drones conseguem oferecer aos bombeiros uma visão panorâmica do terreno e, além disso, os ajudam a determinar para onde o fogo deve se mover em seguida.

Isso permitirá, segundo o comandante, que os profissionais que atuam em seu combate possam tomar decisões rápidas e assertivas sobre o deslocamento da equipe e, se necessário, da evacuação de comunidades que possam ser impactadas.

Em paralelo, desde o início do ano tem sido realizada diversas ações educativas, como palestras em escolas e parcerias com sindicatos rurais. Cartilhas de orientação, visitas a propriedades rurais, oficinas para confecção de abafadores e treinamento de brigadas de incêndio.

Péssimo exemplo

Conforme nos aproximamos da seca, o número de queimadas aumenta drasticamente. A maioria absoluta delas são provocadas pela ação do homem que, por vezes, tenta conter o avanço do mato.

Na semana passada, por exemplo, um proprietário rural e um empregado foram presos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) após serem flagrados ateando fogo em uma vegetação às margens de uma rodovia nas intermediações do município de Anápolis.

O caso aconteceu, quando uma equipe da PRF que estava em ronda pela BR percebeu focos de fumaça e fogo próximo à BR e ao aproximar do local, encontraram dois homens com isqueiro e tocha ateando fogo no mato da faixa de domínio da rodovia.

Ao ser interrogado sobre o motivo da ação, o fazendeiro respondeu que era pra evitar que malfeitores escondessem no matagal e também para evitar que alguém ateasse fogo às margens da rodovia e as chamas acabassem atingindo a sede de sua propriedade rural. A dupla foi presa e encaminhada à Central de Flagrantes local onde foram enquadrados em crime ambiental.