Os terrenos do Ginásio da Brigada Militar e da Escola dos Bombeiros (Esbo) poderão ser vendidos separadamente. Depois de ter encerrado o edital para a venda dos espaços de forma conjunta, sem interessados, o governo do Estado traça uma nova estratégia de venda. De acordo com a Secretaria Estadual de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh), tudo está sendo reavaliado e, principalmente, sem pressa. Conforme o titular da Smarh, Raffaele Quinto Di Cameli, foi feita uma tentativa de concorrência que, mesmo tendo vários interessados, o envelope, quando aberto, estava vazio. "Estamos fazendo tudo com calma porque o patrimônio é nosso, do Estado. Agora estamos revendo estratégias e a que mais teve apoio foi a de dividir as áreas", destacou.
Cameli ponderou que não há nada concreto e nem previsão de quando isso estará decidido. "Não sabemos a forma como faremos, se as áreas serão permutadas, vendidas, trocadas, alienadas. O patrimônio não irá embora. Só que na minha visão, a iniciativa perdeu a oportunidade de adquirir esses dois terrenos juntos." Ele detalhou também que, com a flexibilização na legislação, dá mais tranquilidade ao poder público. "Podemos também optar por vender outros imóveis e não esses." No processo anterior, a expectativa era de que fossem arrecadados R$ 125.888.000,00 com a venda dos imóveis.
O edital havia sido publicado no Diário Oficial na manhã de 21 de fevereiro e previa venda de único lote. Separadamente, o lote do ginásio, área de 9.849,17 metros quadrados localizada na rua Felipe de Oliveira, previa lance inicial de R$ 40.522.000,00. Já a área de 24.788,56 metros quadrados da rua Silva Só, onde fica a Esbo, tinha valor a partir de R$ 85.366.000,00. No entanto, no dia 26 de março, o processo foi encerrado sem nenhuma proposta de compra recebida.
Enquanto isso, o prédio destruído por um temporal há cerca de seis meses segue sendo demolido pela empresa contratada. A expectativa é de que os trabalhos se estendam por mais dois meses para quem for adquirir o espaço. Na tarde de ontem, os trabalhadores separavam o material já destruído. Não há mais telhado, a cobertura, a maioria quebrada, ocupa toda a quadra, antes utilizada para a prática esportiva. Já no pátio externo, as madeiras estão dispostas em montes.
Como não há mais a presença da Brigada Militar (BM), o acesso de pessoas não autorizadas é favorecido. Desde que os militares deixaram o local, moradores de rua aproveitam os cômodos. Há um que dorme debaixo da arquibancada e, outro, em outra sala que há nas proximidades. "Quando chegamos aqui percebemos a movimentação deles, mas depois que começamos a trabalhar eles saem, mas voltam todas as noites. Acho que o barulho os afasta", disse um dos homens que trabalha na demolição, mas preferiu não se identificar.
Na Esbo as atividades seguem normalmente, porém a expectativa é de que as definições sobre a nova sede sejam definidas ainda neste ano. O diretor da Academia de Bombeiro Militar (ABM), tenente-coronel Lúcio Alex Ruzicki, disse que o maior problema é a estrutura dos quatro prédios que integram o complexo. "Eles são antigos, foram inaugurados em 1954. Nossos cursos não param, assim como nossas atividades, mas há limitações. No interno não temos como alojar 100 bombeiros para atividades aqui na escola, além disso não temos uma piscina, o que dificulta os treinamentos", detalhou. Conforme Ruzicki, o projeto apresentado pelo Estado trará incontáveis benefícios à corporação.
Fonte: Correio do Povo / Franceli Stefani
Foto: Mauro Schaefer