O caseiro de uma fazenda, que não teve a identidade divulgada, havia se entregado à Polícia Civil dizendo que matara duas pessoas e que teria jogado os corpos em um rio na zona rural de Rio Verde. No entanto, dias depois, as investigações mostraram que o homem havia inventado toda a história e ele, então, confessou à corporação que havia mentido para criar para si uma história de “bravura”.
A falsa denúncia mobilizou cerca de 20 pessoas entre policiais militares e civis, bombeiros e peritos criminais na investigação de um duplo homicídio que não aconteceu.
O delegado Danilo Fabiano, que estava responsável pelo caso, disse que o homem reportou o falso crime no sábado (12).
“Ele ligou para a Patrulha Rural responsável pela região contando que criminosos teriam ido tentar assaltar a fazenda, que ele trocou tiros com eles, matou dois e jogou os corpos no rio. No dia, apresentou uma espingarda que ele disse ter usado no crime e ficou preso por posse ilegal de arma de fogo”, afirmou.
No entanto, pagou uma fiança estipulada pela Justiça no valor de R$ 3 mil pelo crime de posse ilegal de arma de foto e foi solto para responder em liberdade, na terça-feira (15).
Buscas e investigação
Com a notificação do caso, equipes do Corpo de Bombeiros foram chamadas ao local para buscar pelos dois corpos. Já policiais militares e civis estiveram no local para começar as investigações. Peritos foram acionados para também apurar como teria acontecido a suposta troca de tiros. Até uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) teve de ser deslocada para o caso de acharem os corpos.
Danilo disse que as buscas pelos corpos e perícias foram realizadas por dois dias, até que as investigações começaram a apontar para o fato de que nada acontecera ali.
“Depois de feitas as investigações, concluímos que os homicídios não tinham acontecido. Ele foi ouvido novamente e confessou que tinha bebido na madrugada anterior à denúncia falsa, que tinha ouvido um carro passar por ali, mas que atirou para o alto e não apareceu ninguém. Ele disse que queria ter uma história de herói, uma história de bravura e que por isso mentiu”, completou o delegado.
Segundo o delegado, por ser um crime cuja pena é de até dois anos de prisão após a condenação, não cabe prisão preventiva dele por enquanto. Por isso, ele segue respondendo pelos crimes em liberdade.
Agora, a Polícia Civil está apurando os gastos despendidos com a investigação - por ter mobilizado tantos servidores e recursos do estado - para acrescentar ao inquérito. Além de ser indiciado por noticiar falso crime, cuja pena é de até dois anos de prisão, o homem pode ter de ressarcir o governo pelos desperdícios causados.