O Corpo de Bombeiros recebeu uma homenagem em forma de poema após o gesto de atenção e carinho de um militar com uma idosa. As palavras foram escritas pela irmã dela, Noeme César Galvão, de 90 anos, em Salinas (MG). (Leia o poema abaixo)

O militar estava no Centro da cidade repassando orientações à população sobre as medidas de prevenção ao coronavírus quando se aproximou de Lucília César Galvão, de 83 anos. Ela esperava na fila de uma lotérica para receber a aposentadoria.

“Ele olhou para minha irmã e disse: Vó, o seu lugar não é aqui, é lá na frente. Minha irmã perguntou se ela poderia ir mesmo, ele disse que sim e a levou com todo cuidado para dentro da lotérica. Ele só soltou o braço dela depois de ver que ela estava perto do caixa”, fala Noeme.

Quem ajudou a idosa foi o sargento Carlos Augusto Souza Nascimento, que está há 21 anos na corporação. Coincidentemente, ele nasceu no dia do Bombeiro Militar.

“Me orgulho de ser Bombeiro Militar e de fazer parte de uma corporação onde o lema já diz tudo: O amigo certo nas horas incertas.”

O 8º Pelotão do Corpo de Bombeiros de Salinas foi criado em julho de 2018. Desde então, permanece sob comando da tenente Elen Carvalho. Ao conversar com sua tropa, a militar sempre faz um pedido: Que se coloquem lugar das pessoas que precisam de atendimento, que pensem como se fossem pais ou filhos deles.

"A missão do bombeiro é salvar vidas e ela é muito linda e as pessoas veem a gente como heróis. Mas a gente salva vidas de toda forma, sendo solidário, sendo gentil, sendo companheiro. Quando vejo uma ação dessa, uma atitude dessa, fico muito orgulhosa", diz a comandante.

 'Anjo que Deus escalou'

Ao saber do que aconteceu com a irmã, Noeme, que diz “não saber as regras da poesia e escolher as palavras de acordo com o coração”, decidiu telefonar no pelotão para descobrir quem era o militar que ajudou Lucília.

“Eu falei para ela: Quanto tempo você iria esperar, se não fosse esse bombeiro bondoso? Ligamos, mas disseram que iriam ver quem era ele. Como a gente não sabia quem era, decidimos homenagear a corporação toda.”

Como Noeme não enxerga bem, ela ditou as palavras para Lúcilia.

“Acordei de madrugada e me vieram aquelas palavras, que são simples demais perto da gratidão que nós temos. Não posso dizer que ser bombeiro é profissão, ser bombeiro é vocação. Ele foi um anjo que Deus escalou para aquele atendimento.”

A homenagem das irmãs César Galvão chegou até o 8ª Pelotão do Corpo de Bombeiros e a comandante foi até a casa delas para uma visita, levando chocolates. 

"Temos que dominar todas as técnicas e saber tudo, mas quando tocamos uma alma humana, temos que ser apenas uma outra alma humana. Temos que ser técnicos, temos dar o nosso melhor e trabalhar como equipe, mas às vezes as pessoas só querem que a gente segure a mão delas."

Agradecimento

Estas palavras são simples
Saem da mente de uma idosa
Para agradecer a um bombeiro
Uma ajuda preciosa.

Não sei qual o seu nome
Nem a sua identidade
Mas a ajuda oferecida
Foi um ato de bondade.

Chamando-me de "vó"
Aproximou -se em seguida
E conduziu-me em segurança
Até eu ser atendida.

Foi numa fila de banco
Todo este ocorrido
Um fato tão marcante
Que nunca será esquecido

Só DEUS pode retribuir
Todo esse auxílio prestado
Dando saúde e força
E um trabalho sempre abençoado

Para esses guerreiros do bem
Uma grande salva de palmas
Pois arriscam suas vidas
Para que outras sejam salvas.

Com muita honra e prazer
Carinho e emoção
Quero ser a "VÓ" amorosa
De toda corporação.