Nesta semana, dois incêndios de grandes atingiram as serras do Sul de Minas por pelo menos três dias. Segundo o Corpo de Bombeiros, de janeiro a julho deste ano, o Sul de Minas registrou mais ocorrências do que em 2018 e 2016. No entanto, a quantidade observada em 2021 corresponde à metade do que foi registrada em todo o ano passado O comandante da corporação de Guaxupé, afirmou que a maioria das ocorrências de queimadas acontece por "imprudência do homem"
Segundo o tenente Josué Pereira, incêndios em vegetação acontecem entre maio e novembro, mas os períodos mais críticos são os meses de julho, agosto e setembro. A maioria deles são criminosos.
“Dentre as principais causas dos incêndios está a imprudência do homem que coloca fogo na vegetação, ligado ao longo período sem chuvas e as geadas, que deixaram a vegetação ainda mais seca. Além dos fortes ventos que elevam a velocidade da propagação do fogo”, afirmou o tenente Josué Pereira.
Ainda de acordo com o comandante, a maior dificuldade no combate aos incêndios está relacionada ao alto número de ocorrências.
“Possuímos recursos limitados, o que impossibilita atender toda demanda que acontece simultaneamente. Para combater as chamas, utilizamos o combate direto com água através dos nossos caminhões ou com os caminhões pipas das prefeituras e dos proprietários. Nos casos aonde os caminhões não chegam, utilizamos mochilas costais e abafadores. Também realizamos construções de aceiros para impedir a propagação das chamas, utilizando maquinários.”, explicou.
Incêndios de grandes proporções
Nesta semana, uma queimada atingiu o Pico dos Dias, região mais alta de Brazóplis (MG), onde fica o Observatório Astronômico. Só na Serra do Mendonça, que fica um pouco abaixo, 50 hectares de área foram atingidos. O fogo destruiu plantações e matou animais.
O fogo chegou bem perto de casas e chegou a atingir algumas na zona rural na segunda-feira (6). Um carro foi carbonizado pelas chamas. Algumas casas foram atingidas pelo fogo e só não foram totalmente queimadas porque os moradores agiram para apagar as chamas. Cinco famílias foram desalojadas.
Nesta terça-feira (7), um caminhão pipa abasteceu as caixas d'água de residências da área atingida. Uma aeronave da corporação, com capacidade para transportar 1,8 mil litros de água, ajudou nos trabalhos. Nesta quarta-feira (8), os bombeiros informaram que havia apenas um foco de incêndio e que a queimada não trazia mais risco para a população.
Em Marmelópolis (MG), a queimada acontece em uma Área de Preservação Permanente da Serra da Mantiqueira. O fogo passou a Pedra Montada e se dividiu em duas frentes, uma sentido o Pico do Itaguaré e outra sentido o Pico do Marinzinho.
Nesta terça-feira (7), duas aeronaves do Estado de SP sobrevoaram o local e as equipes dos bombeiros foram distribuídas em campo para a realização do combate direto às chamas. Os bombeiros controlaram as chamas nesta quarta-feira (8).
Mais queimadas do que em 2018 e 2016
De janeiro a julho deste ano, o Sul de Minas já registrou mais queimadas neste ano do que em 2018 e 2016. No entanto, a quantidade observada em 2021 corresponde à metade do que foi registrada em todo o ano passado. Os dados foram levantados pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais a pedido do G1. Varginha é a cidade da região que mais registrou ocorrências de incêndios durante este ano.
De janeiro a julho de 2021, o Corpo de Bombeiros atendeu 2.438 ocorrências relacionadas a incêndio florestal em toda a região. Em 2018, de janeiro a dezembro, os bombeiros atenderam 2.058 queimadas na região. Já em 2016, foram 2.358 ocorrências de incêndios.
Ainda de acordo com os bombeiros, julho é o mês com mais ocorrências até o momento neste ano, com 977 registros. Além disso, julho de 2021 foi o mês que mais registrou queimadas ao comparar com o mesmo mês dos cinco anos anteriores.
Segundo o Corpo de Bombeiros, Varginha registrou 344 ocorrências relacionadas a incêndio florestal. A cidade é o município do Sul de Minas com maior número de registros neste ano. Em seguida aparecem Poços de Caldas (233), Lavras (213), Boa Esperança (191) e Pouso Alegre (186).
A Lei Federal de nº 9.605 de 1998 diz que quem cometer crimes contra o meio ambiente, como causar incêndios, pode ser preso de 2 a 4 anos, além de pagar multa. Se for culposo, a detenção pode ser de seis meses a um ano e multa.