Agentes do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro estão enfrentando enormes desafios na missão humanitária brasileira enviada ao Canadá para ajudar no combate a incêndios florestais devastadores. No final desta semana, os profissionais brasileiros dão conta que o incêndio alcançou a área onde os militares estavam acampados, e eles tiveram que sair às pressas.
Ao todo, 104 agentes de órgãos federais e estaduais foram empenhados para atuar nas áreas mais afetadas do país norte-americano, nos estados de Alberta, British Columbia, Quebec e Saskatchewan. Esta já é considerada a pior temporada de incêndios florestais da história do país.
— O incêndio chegou no nosso acampamento e tivemos que sair às pressas. As coisas estão muito complicadas. Agora eu sei como é um verdadeiro incêndio florestal de copa, é assustador a velocidade e poder calorífico das chamas. O dia virou noite, nunca vi nada como isso, o local onde estávamos acampados acabou — afirmou o subtenente Elcio Gouvêa de Sousa.
As condições quentes e secas do clima intensificaram os incêndios florestais a partir da primavera (outono no Hemisfério Sul), principalmente nas florestas boreais no noroeste do Canadá e em Quebec. Os incêndios forçaram o deslocamento de mais de 120 mil habitantes, sobrecarregaram os recursos dos bombeiros, além de escurecerem os céus e poluírem o ar para milhões de pessoas em toda a América do Norte.
A delegação de especialistas do Brasil, coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, embarcou em 21 de julho, e está prevista para retornar ao Brasil no dia 24 de agosto.
— O chão virou cinzas, as árvores pareciam palitos, todas as florestas do Canadá são de pinheiros… Esse tipo de árvore tem uma resina que fica escorrendo no seu caule que é altamente inflamável — explica Sousa.
Foto: Subtenente Elcio Gouvêa de Sousa/CBMERJ